sábado, 26 de janeiro de 2019

Nunca desfalecer


Nunca desfalecer*

Orar sempre e nunca desfalecer.  (Lucas, 18:1.)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontrares no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-te pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.   

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa-Nova nascente?

Onde os guerreiros que fizeram correr, por causa do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisitores de todos os matizes, que feriram em nome do excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

*= grifos nossos

Fonte:

Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Prece de Cáritas


Prece de Cáritas

Deus nosso pai, vós que sois todo poder e bondade
Dai a força àquele que passa pela provação
Dai a luz àquele que procura à verdade
Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade

Deus
Dai ao viajor a estrela guia
Ao aflito a consolação
Ao doente o repouso

Pai
Dai ao culpado o arrependimento
Ao espírito a verdade
A criança o guia
Ao órfão o pai

Senhor
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes
Piedade senhor para aqueles que não vos conhecem
Esperança para aqueles que sofrem
Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores
Derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé

Deus
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra
Deixai-nos beber nas fontes esta bondade fecunda e infinita
E todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão
Um só coração, um só pensamento subirá até vós
Como um grito de reconhecimento e de amor

Como Moisés sobre a montanha
Nós vos esperamos com os braços abertos
Oh bondade !
Oh beleza !
Oh perfeição !
E queremos de alguma forma alcançar vossa misericórdia

Deus
Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós
Dai-nos a caridade pura
Dai-nos a fé e a razão
Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas
O espelho onde há de se refletir a vossa santa e misericordiosa imagem.

A Prece de Cáritas é uma oração profunda, psicografada em França pela médium “Madame W. Krell” durante a noite de Natal de 1873. Diz-se que Cáritas era um espírito que se comunicava através da médium num grupo de Bordeaux (França).


O Cura D´Ars

João Maria Vianney - O Cura D'Ars 

João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786 em Dardilly, aldeia a dez quilômetros ao norte de Lyon. 

Foi o quarto filho do casal Mateus e Maria Vianney, que tiveram 7 filhos. 

Desde os quatro anos, ele gostava de freqüentar a Igreja. Quando isso se tornou impossível, pelas perseguições que o Estado desencadeou, ele fazia suas orações habituais, todas as tardes, na casa dos pais. Quando foi aberta uma escola, Vianney, adolescente a freqüentou durante dois invernos, porque ele trabalhava no campo sempre que o tempo permitia. 

Foi então que aprendeu a ler, escrever, contar e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional. Foi na escola que se tornou amigo do padre Fournier, e aos poucos foi crescendo nele o desejo de se tornar sacerdote. 

Foi necessário muita insistência, pois o pai, de forma alguma, desejava dispensar braços fortes de que a terra necessitava. Aos 20 anos ele seguiu para Écully, na casa de seu tio Humberto. Sabia ler, mas escrevia e falava francês muito mal. Além de aprimorar a língua pátria, precisou aprender latim, pois na época os estudos para o sacerdócio eram feitos em latim, bem assim toda a celebração litúrgica.

Em 28 de maio de 1811, com 25 anos de idade, na catedral Saint-Jean tornou-se clérigo de diocese.

Por ter fama de ignorante perante os superiores, foi-lhe confiada a paróquia de Ars-en _Dombes, ou talvez porque lhe conhecessem a grandeza de alma. Em Ars, não havia pobres, só miseráveis. 

João Maria Vianney chegou a Ars em uma sexta-feira, 13 de fevereiro de 1818. Veio em uma carroça trazendo alguns móveis e utensílios domésticos, alguns quadros piedosos e seu maior tesouro: sua biblioteca de cerca de trezentos volumes. 

Conta-se que encontrou um pequeno pastor a quem pediu que lhe indicasse o caminho. A conversa foi difícil, pois o menino não falava francês e o dialeto de Ars diferia do de Écully. Mas acabaram por se compreenderem. 

A tradição narra que o novo pároco teria dito ao garoto: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu."

Um pequeno monumento de bronze à entrada da aldeia lembra esse encontro. Ele mesmo preparava suas refeições. Apenas dois pratos: umas vezes, batatas, que punha para secar ao ar livre. Outras vezes, "mata-fomes", grandes bolos de farinha de trigo escura. Um pouco de pão e água. Era o suficiente. Comia pouco.Quando lhe davam pão branco, trocava pelo escuro e distribuía o primeiro aos pobres. 

Dizia: "Tenho um bom físico. Depois de comer não importa o quê e de dormir duas horas, estou pronto para recomeçar." 

O que mais ele valorizava era a caridade e a gentileza. Grandes somas ele dispendia auxiliando os seus paroquianos. Dinheiro que vinha da pequena herança de seu pai, que lhe enviara seu irmão Francisco e de doações de pessoas abastadas, a quem ele sensibilizava pela palavra e dedicação. 

Por volta de 1830, era muito grande o afluxo de pessoas que se dirigia a Ars. Os peregrinos não tinham outro objetivo senão ver o pároco e, acima de tudo, poder confessar-se com ele. Para conseguir, esperavam horas...às vezes, a noite inteira. Esse pároco que dormia o mínimo para atender a todos, madrugada a dentro.

Que vivia em extrema pobreza e austeridade, vendendo móveis , roupas e calçados seus para dar a outrem. Comovia-se com a dor alheia. Quando se punha a ouvir os penitentes que o buscavam, mais de uma vez derramava lágrimas como se estivesse chorando por si próprio. 

Dizia: "Eu choro o que vocês não choram." Tanto trabalho, pouca alimentação e repouso, foram cansando o velho Cura. Ele desejava deixar a paróquia para um pouco de descanso. Mas os homens e mulheres da aldeia fizeram tal coro ao seu redor, que ele resolveu permanecer. 

Ele, que em sua juventude, fora ágil, agora andava arrastando os pés. Nos dias de inverno, sentia muito frio. Em 1859, numa quinta feira do mês de agosto, dia 4, às duas da madrugada, ele desencarnou tranqüilamente. 

Dois dias antes, já bastante debilitado fora visto a chorar. Perguntaram-lhe se estava muito cansado.

"Oh, não", respondeu. "Choro pensando na grande bondade de Nosso Senhor em vir visitarnos nos últimos momentos."

João Maria Vianney comparece na Codificação com uma mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VIII, item 20, intitulada "Bem-aventurados os que têm fechados os olhos", onde demonstra a humildade de que se revestia, o conceito que tinha das dores sobre a face da Terra e o profundo amor ao Senhor da Vida. 

Fonte: Jornal Mundo Espírita, julho de 2000.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Lavradores


Lavradores*

O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Paulo. (II Timóteo, 2:6.)
 
Há lavradores de toda classe.

Existem aqueles que compram o campo e exploram-no, por intermédio de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.

Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao Sol o fracasso da sementeira que não vigiam.

Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.

Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.

Vemos numerosos acusando a terra como incapaz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a benção da gota d´água e o socorro do adubo.

Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.

A natureza, no entanto, retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.

Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.

E assim acontece na lavoura do espírito.

Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.

Paulo de Tarso, escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto.
  
*= grifos nossos

Fonte:
Fonte viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 37 ed. – 2 imp. – Brasília; FEB, 2016. 517 p.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ser Espírita


Ser Espírita

Letra: Eurípedes Barsanulfo


Ser Espírita, é ser clemente,
É ter a alma de crente.
Sempre voltada para o bem.
É ensinar a quem erra
E, entre os atrasos da Terra,
Não fazer mal a ninguém.

É ter sempre por divisa,
Tudo que é nobre suaviza,
O pranto, a dor, a aflição.
E, fazendo caridade,
Evitar a orfandade
O abismo da perdição.

Em Deus, é ter sempre crença
Profunda, sincera, imensa,
Consubstanciada na fé,
E guardar bem na memória,
Os bons conselhos e a glória,
De Jesus de Nazaré.

Ser Espírita,
 É perdoar a injúria,
É suavizar a penúria,
De quem já não tem pão.
É tornar-se complacente,
Para o inimigo insolente,
Tendo por lema o perdão.

Ser Espírita, é ser clemente,
É ter a alma de crente.
Sempre voltada para o bem.
É ensinar a quem erra
E, entre os atrasos da Terra,
Não falar mal de ninguém.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Em que perseveras?


Em que perseveras?*


E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão e no partir do pão e nas orações. (Atos, 2:42.)
 
Observadores menos avisados pretendem encontrar inteira negação de espiritualidade nos acontecimentos atuais do planeta.

Acreditam que a época das revelações sublimes esteja morta, que as portas celestiais permaneçam cerradas para sempre.

E comentam entusiasmados, como se divisassem um paraíso perdido, os resplendores dos tempos apostólicos, quando um pugilo de cristãos renovou os princípios seculares do mais poderoso império do mundo.

Asseveram muitos que o Céu estancou a fonte das dádivas, esquecendo-se de que a generalidade dos crentes entorpeceu a capacidade de receber.

Onde a coragem que revestia corações humildes à frente dos leões do circo? Onde a fé que punha afirmações imortais na boca ferida dos mártires anônimos? Onde os sinais públicos das vozes celestiais? Onde os leprosos1 limpos e os cegos curados?

As oportunidades do Senhor continuam fluindo, incessantes, sobre a Terra.

A misericórdia do Pai não mudou.  

A Providência divina é invariável em todos os tempos.

A atitude dos cristãos, na atualidade, porém, é muito diferente. Raríssimos perseveram na doutrina dos apóstolos, na comunhão com o evangelho, no espírito de fraternidade, nos serviços da fé viva. A maioria prefere os chamados “pontos de vista”, comunga com o personalismo destruidor, fortalece a raiz do egoísmo e raciocina sem iluminação espiritual.

A Bondade do Senhor é constante e imperecível.
  
Reparemos, pois, em que direção somos perseverantes.


Antes de aplaudir os mais afoitos, procuremos saber se estamos com a volubilidade dos homens ou a imutabilidade do Cristo.

*= grifos nossos

Fonte:
Vinha de luz / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 28 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 445 p.

1 N.E.: hanseníase, morféia, mal de Hansen ou mal de Lázaro é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae (também conhecido como bacilo de hansen) que afeta os nervos e a pele, podendo provocar danos severos.