sexta-feira, 31 de julho de 2020

Cantiga

Livro: Escalada de Luz

Jerônimo Mendonça

 

Cantiga

 

Canta, nobre coração,

A canção de amor sem fim,

Canta a estrela na amplidão,

Canta a rosa no jardim.

 

Canta o amor gerando luz

Em sublime profusão,

Um dia cantou JESUS

A excelência do perdão.

 

Se em teu peito vibra a dor,

Orvalhando os olhos teus,

O Cristo Consolador,

É a canção do próprio DEUS.

 

No auge da aflição,

De atroz paroxismo,

Kardec trouxe a canção

Na Luz do Espiritismo.

 

Se em teu peito chora a saudade,

Dia e noite e noite e dia,

Ouve a canção da Verdade,

Confia Irmão! Confia!

 

Se queres felicidade,

Aprenda esta canção:

FORA DA CARIDADE

NÃO EXISTE SALVAÇÃO!...


sábado, 25 de julho de 2020

Há muita diferença


Há muita diferença*

E disse Pedro: não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. - (Atos, 3:6)

É justo recomendar muito cuidado aos que se interessam pelas vantagens da política humana, reportando-se a Jesus e tentando explicar, pelo Evangelho, certos absurdos em matéria de teorias sociais.

Quase sempre, a lei humana se dirige ao governado, nesta fórmula: “O que tens me pertence”.

O Cristianismo, porém, pela boca inspirada de Pedro, assevera aos ouvidos do próximo: “O que tenho, isso te dou”.

Já meditaste na grandeza do mundo, quando os homens estiverem resolvidos a dar do que possuem para o edifício da evolução universal?

Nos serviços da caridade comum, nas instituições da benemerência pública, raramente a criatura cede ao semelhante aquilo que lhe constitui propriedade intrínseca.

Para o serviço real do bem eterno, fiar-se-á alguém nas posses perecíveis da Terra, em caráter absoluto?

O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados do caminho; entretanto, não fixará em si mesmo a luz e a alegria que nascem dessas dádivas, se as não realizou com o sentimento do amor, que, no fundo, é a sua riqueza imperecível e legítima.

Cada individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior.

Não olvides a palavra amorosa de Pedro e dá de ti mesmo, no esforço de salvação, porquanto quem espera pelo ouro ou pela prata, a fim de contribuir nas boas obras, em verdade ainda se encontra distante da possibilidade de ajudar a si próprio.


  *= grifos nossos.

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

sábado, 18 de julho de 2020

Ser Espírita


Ser Espírita
Letra: Eurípedes Barsanulfo

Ser Espírita, é ser clemente,
É ter a alma de crente.
Sempre voltada para o bem.
É ensinar a quem erra
E, entre os atrasos da Terra,
Não fazer mal a ninguém.

É ter sempre por divisa,
Tudo que é nobre suaviza,
O pranto, a dor, a aflição.
E, fazendo caridade,
Evitar a orfandade
O abismo da perdição.

Em Deus, é ter sempre crença
Profunda, sincera, imensa,
Consubstanciada na fé,
E guardar bem na memória,
Os bons conselhos e a glória,
De Jesus de Nazaré.

Ser Espírita,
 É perdoar a injúria,
É suavizar a penúria,
De quem já não tem pão.
É tornar-se complacente,
Para o inimigo insolente,
Tendo por lema o perdão.

Ser Espírita, é ser clemente,
É ter a alma de crente.
Sempre voltada para o bem.
É ensinar a quem erra
E, entre os atrasos da Terra,
Não falar mal de ninguém.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

É para isto


É para isto*

Não retribuindo mal por mal, nem injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados. - (I Pedro, 3:9)

A fileira dos que reclamam sempre foi numerosa em todas as tarefas do bem.

No apostolado evangélico, reparamos, igualmente, essa regra geral.

Muitos aprendizes, em obediência ao pernicioso hábito, preferem o caminho dos atritos ou das dissidências escandalosas. No entanto, mais algum raciocínio a comunidade dos discípulos para a maior compreensão.

Convidar-nos-ia Jesus a conflitos estéreis, tão só repetir os quadros do capricho individual ou da força tiranizante? Se assim fora, o ministério do Reino estaria confiado aos teimosos, aos discutidores, aos gigantes da energia física.

É contrassenso desfazer-se o servidor da Boa Nova em lamentações que não encontram razão de ser.

Amarguras, perseguições, calúnias, brutalidade, desentendimento? São velhas figurações que atormentam as almas na Terra. A fim de contribuir na extinção delas é que o Senhor nos chamou às suas fileiras. Não as alimentes, emprestando-lhe excessivo apreço.

O cristão é um ponto vivo de resistência ao mal, onde se encontre.

Pensa nisto e busca entender a significação do verbo suportar.

Não olvides a obrigação de servir com Jesus.

É para isto que fomos chamados.


*= grifos nossos.

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

DEUS

DEUS
Eurípedes Barsanulfo

Universo é obra inteligentíssima;

obra que transcende a mais genial inteligência humana;
e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência;
é a inteligência das inteligências;
a causa das causas;
a lei das leis;
o princípio dos princípios;
a razão das razões;
a consciências das consciências;
é Deus! Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava sem se descobrir!

Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação;
Na criancinha que sorri;
no ancião que tropeça;
no mendigo que implora;
na mão que assiste;
na mãe querida que vela;
no pai extremoso que instrui;
no apóstolo abnegado que evangeliza as multidões.

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do esposo;
No afeto do filho;
na estima da irmã;
na justiça do justo;
na misericórdia do indulgente;
na fé do homem piedoso;
na esperança dos povos;
na caridade dos bons;
na inteireza dos íntegros.

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! no estro¹ do vate²;
na eloquência do orador;
na inspiração do artista;
na santidade do mestre;
na sabedoria do filósofo e nos fogos eternos do gênio!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na flor dos vergéis³, na relva dos vales;
no matiz dos campos;
na brisa dos prados;
no perfume das campinas;
no murmúrio das fontes;
no rumorejo das franças;
na música dos bosques;
na placidez dos lagos;
na altivez dos montes; na amplidão dos oceanos e na majestade do firmamento!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! nos lindos antélios¹¹, no íris 
multicor;
nas auroras polares;
no argênteo¹² da Lua;
no brilho do Sol;
na fulgência das estrelas;
no fulgor das constelações!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na formação das nebulosas;
na origem dos mundos;
na gênese dos sóis;
no berço das humanidades;
na maravilha, no esplendor e no sublime do Infinito!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! com Jesus, quando ora:
"Pai nosso que estais nos céus..." ou com os anjos quando cantam: 
"Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus".

¹estro =Inspiração ou entusiasmo poético ou artístico.
²vate = poeta, profeta
³Vergel =Lugar com árvores, horto, jardim, pomar
¹¹antélio = Fenômeno luminoso solar.
¹²argênteo = prata

sábado, 4 de julho de 2020

Em tudo


Em tudo*

Tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias. - Paulo. (II Coríntios, 6:4)

A maioria dos aprendizes do Evangelho não encara seriamente o fundo religioso da vida, senão nas atividades do culto exterior. Na concepção de muitos bastará frequentar, assíduos, as assembleias da fé e todos os enigmas da alma estarão decifrados, no capítulo das relações com Deus.

Entretanto, os ensinamentos do Cristo apelam para a renovação e aprimoramento individual em todas as circunstâncias.

Que dizer de um homem aparentemente contrito nos atos públicos da confissão religiosa a que pertence e mergulhado em palavrões no santuário doméstico? Não são poucos os que se declaram crentes ao lado da multidão, revelando-se indolentes no trabalho, desesperados na dor, incontinentes na alegria, infiéis nas facilidades e blasfemos nas angústias do coração.

Por que motivo pugnaria Jesus pela formação dos seguidores tão só para ser incensado por eles, durante algumas horas da semana, em genuflexão? Atribuir ao Mestre semelhante propósito seria rebaixar-lhe os sublimes princípios.

É indispensável que os aprendizes se tornem recomendáveis em tudo, revelando a excelência das ideias que os alimentam, tanto em casa, quanto nas igrejas, tanto nos serviços comuns, quanto nas vias públicas.

Certo, ninguém precisará viver de mãos postas ou de olhar fixo no firmamento; todavia, não nos esqueçamos de que a gentileza, a boa vontade, a cooperação e a polidez são aspectos divinos da oração viva no apostolado do Cristo.  

*= grifos nossos.

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.