Este texto é uma transcrição da Palestra Evangélica Doutrinária ocorrida no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP, em 28 de janeiro de 2020, sexta-feira, às 20h00, com o Palestrante Ademir Prado, do Centro Espírita Mestre JESUS, de Araraquara/SP.
Tema: Fundamentos da Reforma Íntima
Palestrante: Ademir Prado
Casa Espírita: Centro Espírita Mestre
JESUS
Cidade: Araraquara/SP
Modalidade: Híbrida
Resumo: Na bela e linda noite da sexta-feira, e com chuva fina, no dia 28 de janeiro de 2022, às 20h00, ocorreu mais uma Palestra Evangélica Doutrinária no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP. O GAC tem estudado antes do início da Palestra, o livro Pão Nosso, da série Fonte Viva, de psicografia de Chico Xavier, contendo comentários do Espírito Emmanuel ao Novo Testamento. Nesta noite, o capítulo aberto “ao acaso” foi o de número 37, intitulado Seria inútil, em que Emmanuel comenta o seguinte versículo de Paulo em sua carta ao Colossenses: “Respondeu-lhes: já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir?” (João, 9:27). Após a leitura e as considerações, e feita a oração, a palavra é dada à palestrante.
O palestrante Ademir Prado inicia agradecendo a oportunidade de estar conosco,
e a oportunidade de poder falar sobre o Evangelho de JESUS, sobre tema tão
importante e tão atual. A reflexão é baseada no Fundamentos da Reforma Básica,
de Abel Glaser, e também retirei algumas anotações do livro Reforma Íntima sem
Martírio, pelo Espírito Ermance Dufoux, e fez algumas anotações, utilizadas no
final da Exposição. E muitos são os motivos que levam as pessoas à Casa
Espírita, todos estes que não nasceram no meio Espírita. E eles adentram as
Casas Espíritas por algum motivo... Ou pela dor, ou por um tratamento
espiritual, recebendo informações Evangélicas, vai melhorando, recebendo a
fluidoterapia (passes), a água fluidificada, e ele vai entendendo, estudando
melhor os Ensinamentos da Doutrina Espírita, e depois de algum tempo, de alguns
estudos, ele conclui que a Proposta
Filosófica da Doutrina é a Reforma Moral do indivíduo. Chega-se a essa
conclusão. E essa Reforma Moral ela
vai se concretizar na Reforma Íntima, que é um processo de mudança
interior, renovação de nossas atitudes, de nossos pensamentos, de nossos comportamentos,
para nos libertar de nossas imperfeições. E com a Reforma, nós vamos
aperfeiçoando o nosso Espírito para que possamos alcançar o nosso progresso
moral e espiritual, que é o fundamento básico de nossa Doutrina. E a Reforma é
o Mecanismo Divino da nossa melhoria e do aperfeiçoamento do Espirito, e vejam
vocês que esse aperfeiçoamento, essa reforma, proporciona ao Espírito a
evolução em várias reencarnações.
Basta lembrarmos da Parábola do Semeador (...
durante aproximadamente 5 (cinco) minutos a transmissão do som ficou
prejudicando, retornando depois desse tempo...) e fundamentalmente a reforma vai
fortalecer o bem. É para isso que precisamos dela. Eu não vou ficar livre do
mal. demorou séculos e séculos, durante todas as nossas reencarnações. Eu tenho
que fundamentalmente fortalecer o BEM que está adormecido em nossa consciência.
É através da reencarnação, que são lições de aprendizado de erros do nosso
passado, a fim de que possamos evita-lo, e consequente não errar no futuro. O
sofrimento de hoje que nós passamos amanhã com certeza será passado. Porém, a
reforma íntima necessita de determinação e também de interesse para que ela
possa alcançar o seu objetivo. Ela exige, vejam vocês, de cada um de nós, o
exercício da paciência, da tolerância, da bondade, do perdão, da caridade, da
coragem, da humildade, da compreensão, e principalmente o amor pelas nossas
relações. Nós temos que exercitar, ou tentar da melhor maneira possível,
exercitar essas virtudes que JESUS nos ensinou. Mas eu também tenho que ter
consciência que essa reforma íntima ela não vai ser feita da noite para o dia.
Claro!!! Porque a regra é que ela dure anos e talvez, séculos. Pois, vejam
vocês, que a evolução, ela não se faz por saltos, claro, mas ela o faz através
de etapas evolutivas. E ela pode ser comutadas. Lembram-se da Parábola do
Semeador. A uns produziram trinta, a outros sessenta e a outros cem. Faculdades
dadas a todos nós. Por isso, para se fazer a reforma, ou quando estamos
tentando ela, temos de ter a consciência que, essa transformação ela é
gradativa, a evolução não se faz por saltos. E eu tenho que ter na minha cabeça
que não vou virar santo de uma hora para outra. Porque muitas vezes, sem ter
esse conhecimento, a gente começa se a fazer cobrança injustificadas, cobranças
ferrenhas. Oh.. Eu deixei de fazer aquilo por aquela pessoa... Oh... Pronto!!!
Já estraguei a minha reforma íntima. Ou: o que eu fiz para ele, o que ele fez
para mim. Aí eu começo a me cobrar. Porque de repente eu penso que eu vou virar
“santo”. Eu vou fazer a reforma íntima agora eu não vou cometer mais erros
nenhum. Porque se eu não tiver mais essa consciência, isso me leva ao desânimo,
à tristeza; ou muitas vezes isso me leva ao abandono. Porque muitas vezes o meu
conhecimento é limitado da reforma íntima.
Querido(a), devagar... É um esforço
aqui, é um esforço ali, é outro acolá... Para que a gente consiga aos poucos ir
melhorando. Porque isso, como vimos, é coisa de dezenas de anos e até talvez
séculos. Se eu tenho esse conhecimento eu posso adquirir aos poucos a confiança
da minha transformação interior. Se não tenho esse conhecimento, eu fico: final
de 2021; ano que vem, sem a pandemia, aí eu começo... Ou em 2022: com essa
pandemia, não dá para eu começar uma reforma íntima; quem sabe quando ela
terminar, aí eu começo. Enfim, se eu não tiver consciência daquilo que eu
quero, daquilo que eu me proponho, eu posso não conseguir. E a vontade, pois
somos possuídos pelo livre-arbítrio, essa Graça Divina, são instrumentos para
que a gente possa vencer tanto na nossa caminhada material quanto na nossa
caminhada espiritual. Essa vontade que o livre-arbítrio proporciona.
Uma das
dificuldades da reforma, que o autor destaca, é a ausência de autocrítica. Sermos tolerantes para
conosco e rigorosos para com o nosso próximo. Então, algumas mudanças
comportamentais são necessárias, no empreendimento, na intenção e no diálogo. E
A HUMILDADE são essenciais, fundamentais, para que a pessoa adquira consciência
para estar vivendo no convívio com outras pessoas, e esse convívio é
fundamental para que nós possamos empreender a nossa reforma. E por que ele é
fundamental? Porque ele vai me proporcionar a ouvir críticas, o diálogo acerca
dos problemas que nós vivenciamos compartilhando com o outro gostos,
tendências, o modo de agir, e isso eu só aprendo no contato com o outro. Porque
vejam vocês: essa personalidade que nós temos, ela faz parte de nossa bagagem
secular de erros e de desvios morais que nós empreendemos, que nós trazemos ao
longo da nossa caminhada evolutiva. Com este fim, mas devido aos nossos erros,
nós temos essa personalidade de hoje e que precisa ser burilada. E sentindo
essa força de vontade, eu digo: eu sou capaz de realizar a minha reforma
íntima. É mais ou menos óbvio: quem não confia em si mesmo, ele não tem forças
para esta transformação.
Vejam vocês: a
reforma exige de todos nós muitas forças. Trabalhar estas virtudes dentro
de cada um de nós. Realmente, é
necessário ter essa força de vontade. É preciso confiar em mim mesmo e
dizer: eu sou capaz. E o autor destaca
também os nossos piores vícios. O orgulho e a vaidade. Esses vícios dificultam
a nossa reforma, aliás dificultam tudo em nossa vida. Porque as más
posturas, já que muitas vezes, empreendemos tipo desconfiança, tipo revolta,
mau comportamento, isso alimenta o nosso orgulho, e aí, eu me torno uma presa
fácil para as entidades obsessivas. Porque com o meu pensamento eu atraio essa
entidades. Pois que nós temos as companhias que nós desejamos. A partir do
momento em que me envolto nesses vícios, estou atraindo essas entidades
obsessoras. E a partir daí, estou numa anti-reforma, dificultando as orientações dos Bons Espíritos. Óbvio. Olha a nossa
responsabilidade. Tá vendo: o nosso mau comportamento, o que ele nos induz. Mau
comportamento através da atração, tem ao meu lado entidades obsessoras, que
dificultam a ação dos Bons Espíritos. Precisamos de um firme vontade no momento
em que vou empreender a minha reforma íntima. A fim de enfraquecer essas
entidades obsessoras. Quem são eles? Os nossos desafetos de outras vidas, de
outras reencarnações.
Outro perigo que
dificulta a nossa reforma são os interesses materiais. É claro que não é
errado tê-los, afinal de contas vivemos na matéria, e ela nos oferece coisas
maravilhosas, ficamos até abismados com tanta coisa bonita que a matéria nos
oferece, só que o problema maior é
quando o indivíduo considera os bens materiais o objetivo maior de sua vida.
Aí o seu comportamento é: ganhar mais dinheiro para comprar mais bens, ficar
mais rico. Ele se esquece, vejam vocês, que o mais importante não é o quanto a
pessoa tem, mas como ela usa os bens que tem. Olha que colocação fabulosa. Você
não tem a importância, quantos bens você tem. Não se questiona se foi ganho honestamente,
etc, etc, etc... Mas você vai ser avaliado de como você usou aquilo que você
ganhou. Com quem conviveu, socorrer os necessitados, principalmente nesta
época, vivenciando este período da pandemia, temos que sermos fraternos,
solidários, porque tudo isso faz parte das virtudes da benemerência, da
indulgência, que é o que estamos tentando fazer, nesta nossa reencarnação.
Quanto aos vícios, o autor faz uma colocação dizendo que o vício é uma
reincidência dos desvios de conduta que nós, nesta ou em outras reencarnações,
nós fizemos, nós cometemos. Compactuamos com esses desvios, e isso me leva ao
vício. Por isso temos necessidade de mudar o nosso comportamento para
desviarmos de nossos vícios. E veja vocês que entre os vícios, ele destaca a
vaidade. A vaidade é muito sutil na sua manifestação. Porque ela coloca em
evidência as qualidades intelectuais, as qualidades culturais, sociais, as suas
vestimentas, os seus dotes físicos, e ele o faz em busca de fama e de
prestígio. E porque ele faz isso? Satisfaz a sua necessidade, a sua necessidade
de ser observado, de ser comentado, enfim, de ser badalado. E o primeiro passo para deixar de ser
vaidoso é pensar: menos em si, e mais no semelhante. Ser simples, humilde,
modesto, caridoso, tudo isso são virtudes que combatem a vaidade.
E os nossos desafetos?? Como os
temos... [Quanto a eles] Nós temos que procurar no nosso desafeto alguma
qualidade que ele possua. Porque todos temos uma qualidade. Só que em relação ao desafeto, a gente
muitas vezes só vê defeitos. Nós somos peritos nisso!!! Porque? Porque nós
temos consciência de que aquele defeito que eu vejo no meu desafeto eu conheço
muito bem, porque aquele defeito está enraizado dentro do meu ser. Por isso é
que nós somos peritos em criticar o desafeto. Então nós temos que ser muito
mais flexíveis. Porque se nós começarmos
a fazer pequenos gestos, eles valem muito. Só que nós temos que tomar
cuidado para não perder a personalidade. Temos que ter cuidado com esse gesto.
Senão, o desafeto vai falar: o que será que ele tá falando comigo? O que será
que ele tá querendo fazer... Ele sempre não gostou de mim, agora está querendo
fazer isso. Por isso temos de ter cuidado nestes pequenos gestos, que valem
muito para que nós nos aproximemos mais de nossos desafetos. Uma coisa muito
importante em relação aos nossos desafetos. Se você não consegue dar o primeiro passo, por favor, procure não fechar
a porta ao outro. Evite críticas em exagero, evite opinar em demasia, interpretar
mal as atitudes alheias, pois que tudo isso são desvios de conduta. Portanto, não
se revoltar com o nosso desafeto, é mostrar evolução. [...] eu não preciso me
revoltar. Por que a partir do momento que eu faço isso, eu estou interpretando a
lei de reencarnação, eu acato como justa e verdadeira. Aos Espíritas é dado
esse conhecimento, e isso aumenta muito a responsabilidade contra os nossos
desafetos.
Ele também faz uma abordagem a respeito da educação dos filhos. Ele nos
diz que a educação moral é adquirida no lar. Mesmo porque não é tarefa da
escola formar o caráter do estudante, e sim a orientação dos pais. Eu posso
falar isso de cátedra, pois foram 43 anos dedicados à educação. O que aconteceu foi que, atribuíram à
escola uma função que ela não tinha condições de exercer. E ainda continua...
Os pais colocam o filho na escola, entregam ele para a escola resolver também
esta questão... Deram uma atribuição que ela não é capaz. O autor continua
orientando que até os 12 anos devem os pais influenciar nas amizades do filho,
buscando retirar dele as más tendências detectadas. Muita cautela neste momento:
o excesso de punição ou o excesso de liberdade, vejam vocês, perturbam os
limites do respeito. E aí é em tudo o que fazemos. Nós temos que ter em tudo o que fazemos o equilíbrio. Nem tanto de
um lado nem tanto de outro. Nós temos de nos equilibrar em tudo aquilo que nós
nos envolvemos. E ainda na educação: como evitar que o filho fume, se o pai o
faz; como convencer a não beber, se o pai o faz desmedidamente. Como dizia Chico:
“A palavra convence, mas o exemplo
arrasta”. É o que acontece com todos nós... Não adianta você querer
convencer alguém através da palavra; é muito difícil isso. Você só convence
alguém através do seu exemplo. Não venha querer lição de moral; não, você tem
que fazer isso, ou aquilo, etc... Aí vem a pergunta. Você faz??? O exemplo é o
que arrasta para ilustrar qualquer coisa que queremos passar para o outro. Não nos
esqueçamos que, em relação aos nossos filhos, DEUS pedirá a conta daquilo que fizermos...
Vejam vocês que no enfrentamento dos obstáculos, quando a gente levanta da
cama, nós sabemos que nenhum deles chega-nos por acaso. O acaso não existe. É todo um processo de aprendizagem para a nossa
evolução. Porque nós só crescemos nas dificuldades. Mesmo na pandemia. Quantos
benefícios ela nos trouxe?
Eu vou trazer para vocês um texto do Orson Peter Carrara,
e ele nos diz que, destaca alguns bens da pandemia. Escreve ele: nós nos aproximamos mais apesar de
fisicamente distantes; fizemos descobertas incríveis com a tecnologia disponível
(criamos uma vacina em 90 dias; antes demorávamos anos, décadas); a convivência
social ficou muito mais intensa; os casais e profissionais de todas as
categorias tiveram que se reinventar nas suas rotinas; pais e filhos passaram a
conviver mais diretamente com as lições de casa; e vejam vocês que eu
retirei da obra Reforma Íntima Sem Martírio onde algumas ações foram propostas
na tentativa de, através dos nossos esforços, irmos nos liberando das nossas
imperfeições.
E as sugestões são as seguintes: manter-se em luta permanente; aceitar críticas; crer no investimento do
presente para o sucesso do futuro; sentir-se capaz de romper obstáculos, sem
eles quais forem; resignação com a vida que DEUS lhe deu; o aprendizado de
saber ouvir para discernir; modéstia e simplicidade são fundamentais; atitudes
de solidariedade, fraternidade e o respeito à vida alheia; cautela no uso das
palavras dirigidas ao próximo, sensibilidade para com os dramas alheios, domine
o perfeccionismo, valorize as suas vitórias, faça as pazes com as suas
imperfeiçoes, não seja demasiadamente severo contigo, errou, prossegue, fazendo
o melhor que possa; e nossas virtudes não florescerão sem os golpes da dor.
Como nós vimos, a Reforma Íntima obedece a uma sequência. Sequência essa que
vai progressivamente através do tempo, melhorando os traços da nossa
personalidade. Em função dos nossos esforços, nós estamos tentando ir rumo ao
nosso progresso moral e espiritual. Que JESUS nos ampare, nos abençoe, nos
ilumine nessa nossa difícil caminhada evolutiva. E que assim seja!!!