quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Palestra Evangélica Doutrinária com o Tema “FUNDAMENTOS DA REFORMA ÍNTIMA”

 Este texto é uma transcrição da Palestra Evangélica Doutrinária ocorrida no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP, em 28 de janeiro de 2020, sexta-feira, às 20h00, com o Palestrante Ademir Prado, do Centro Espírita Mestre JESUS, de Araraquara/SP.

 

Tema: Fundamentos da Reforma Íntima

Palestrante: Ademir Prado

Casa Espírita: Centro Espírita Mestre JESUS

Cidade: Araraquara/SP

Modalidade: Híbrida

 

Resumo: Na bela e linda noite da sexta-feira, e com chuva fina, no dia 28 de janeiro de 2022, às 20h00, ocorreu mais uma Palestra Evangélica Doutrinária no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP. O GAC tem estudado antes do início da Palestra, o livro Pão Nosso, da série Fonte Viva, de psicografia de Chico Xavier, contendo comentários do Espírito Emmanuel ao Novo Testamento. Nesta noite, o capítulo aberto “ao acaso” foi o de número 37, intitulado Seria inútil, em que Emmanuel comenta o seguinte versículo de Paulo em sua carta ao Colossenses: “Respondeu-lhes: já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir?” (João, 9:27). Após a leitura e as considerações, e feita a oração, a palavra é dada à palestrante. 


O palestrante Ademir Prado inicia agradecendo a oportunidade de estar conosco, e a oportunidade de poder falar sobre o Evangelho de JESUS, sobre tema tão importante e tão atual. A reflexão é baseada no Fundamentos da Reforma Básica, de Abel Glaser, e também retirei algumas anotações do livro Reforma Íntima sem Martírio, pelo Espírito Ermance Dufoux, e fez algumas anotações, utilizadas no final da Exposição. E muitos são os motivos que levam as pessoas à Casa Espírita, todos estes que não nasceram no meio Espírita. E eles adentram as Casas Espíritas por algum motivo... Ou pela dor, ou por um tratamento espiritual, recebendo informações Evangélicas, vai melhorando, recebendo a fluidoterapia (passes), a água fluidificada, e ele vai entendendo, estudando melhor os Ensinamentos da Doutrina Espírita, e depois de algum tempo, de alguns estudos, ele conclui que a Proposta Filosófica da Doutrina é a Reforma Moral do indivíduo. Chega-se a essa conclusão. E essa Reforma Moral ela vai se concretizar na Reforma Íntima, que é um processo de mudança interior, renovação de nossas atitudes, de nossos pensamentos, de nossos comportamentos, para nos libertar de nossas imperfeições. E com a Reforma, nós vamos aperfeiçoando o nosso Espírito para que possamos alcançar o nosso progresso moral e espiritual, que é o fundamento básico de nossa Doutrina. E a Reforma é o Mecanismo Divino da nossa melhoria e do aperfeiçoamento do Espirito, e vejam vocês que esse aperfeiçoamento, essa reforma, proporciona ao Espírito a evolução em várias reencarnações. 


Basta lembrarmos da Parábola do Semeador (... durante aproximadamente 5 (cinco) minutos a transmissão do som ficou prejudicando, retornando depois desse tempo...) e fundamentalmente a reforma vai fortalecer o bem. É para isso que precisamos dela. Eu não vou ficar livre do mal. demorou séculos e séculos, durante todas as nossas reencarnações. Eu tenho que fundamentalmente fortalecer o BEM que está adormecido em nossa consciência. É através da reencarnação, que são lições de aprendizado de erros do nosso passado, a fim de que possamos evita-lo, e consequente não errar no futuro. O sofrimento de hoje que nós passamos amanhã com certeza será passado. Porém, a reforma íntima necessita de determinação e também de interesse para que ela possa alcançar o seu objetivo. Ela exige, vejam vocês, de cada um de nós, o exercício da paciência, da tolerância, da bondade, do perdão, da caridade, da coragem, da humildade, da compreensão, e principalmente o amor pelas nossas relações. Nós temos que exercitar, ou tentar da melhor maneira possível, exercitar essas virtudes que JESUS nos ensinou. Mas eu também tenho que ter consciência que essa reforma íntima ela não vai ser feita da noite para o dia. Claro!!! Porque a regra é que ela dure anos e talvez, séculos. Pois, vejam vocês, que a evolução, ela não se faz por saltos, claro, mas ela o faz através de etapas evolutivas. E ela pode ser comutadas. Lembram-se da Parábola do Semeador. A uns produziram trinta, a outros sessenta e a outros cem. Faculdades dadas a todos nós. Por isso, para se fazer a reforma, ou quando estamos tentando ela, temos de ter a consciência que, essa transformação ela é gradativa, a evolução não se faz por saltos. E eu tenho que ter na minha cabeça que não vou virar santo de uma hora para outra. Porque muitas vezes, sem ter esse conhecimento, a gente começa se a fazer cobrança injustificadas, cobranças ferrenhas. Oh.. Eu deixei de fazer aquilo por aquela pessoa... Oh... Pronto!!! Já estraguei a minha reforma íntima. Ou: o que eu fiz para ele, o que ele fez para mim. Aí eu começo a me cobrar. Porque de repente eu penso que eu vou virar “santo”. Eu vou fazer a reforma íntima agora eu não vou cometer mais erros nenhum. Porque se eu não tiver mais essa consciência, isso me leva ao desânimo, à tristeza; ou muitas vezes isso me leva ao abandono. Porque muitas vezes o meu conhecimento é limitado da reforma íntima. 


Querido(a), devagar... É um esforço aqui, é um esforço ali, é outro acolá... Para que a gente consiga aos poucos ir melhorando. Porque isso, como vimos, é coisa de dezenas de anos e até talvez séculos. Se eu tenho esse conhecimento eu posso adquirir aos poucos a confiança da minha transformação interior. Se não tenho esse conhecimento, eu fico: final de 2021; ano que vem, sem a pandemia, aí eu começo... Ou em 2022: com essa pandemia, não dá para eu começar uma reforma íntima; quem sabe quando ela terminar, aí eu começo. Enfim, se eu não tiver consciência daquilo que eu quero, daquilo que eu me proponho, eu posso não conseguir. E a vontade, pois somos possuídos pelo livre-arbítrio, essa Graça Divina, são instrumentos para que a gente possa vencer tanto na nossa caminhada material quanto na nossa caminhada espiritual. Essa vontade que o livre-arbítrio proporciona. 


Uma das dificuldades da reforma, que o autor destaca, é a ausência de autocrítica. Sermos tolerantes para conosco e rigorosos para com o nosso próximo. Então, algumas mudanças comportamentais são necessárias, no empreendimento, na intenção e no diálogo. E A HUMILDADE são essenciais, fundamentais, para que a pessoa adquira consciência para estar vivendo no convívio com outras pessoas, e esse convívio é fundamental para que nós possamos empreender a nossa reforma. E por que ele é fundamental? Porque ele vai me proporcionar a ouvir críticas, o diálogo acerca dos problemas que nós vivenciamos compartilhando com o outro gostos, tendências, o modo de agir, e isso eu só aprendo no contato com o outro. Porque vejam vocês: essa personalidade que nós temos, ela faz parte de nossa bagagem secular de erros e de desvios morais que nós empreendemos, que nós trazemos ao longo da nossa caminhada evolutiva. Com este fim, mas devido aos nossos erros, nós temos essa personalidade de hoje e que precisa ser burilada. E sentindo essa força de vontade, eu digo: eu sou capaz de realizar a minha reforma íntima. É mais ou menos óbvio: quem não confia em si mesmo, ele não tem forças para esta transformação. 


Vejam vocês: a reforma exige de todos nós muitas forças. Trabalhar estas virtudes dentro de cada um de nós. Realmente, é necessário ter essa força de vontade. É preciso confiar em mim mesmo e dizer: eu sou capaz. E o autor destaca também os nossos piores vícios. O orgulho e a vaidade. Esses vícios dificultam a nossa reforma, aliás dificultam tudo em nossa vida. Porque as más posturas, já que muitas vezes, empreendemos tipo desconfiança, tipo revolta, mau comportamento, isso alimenta o nosso orgulho, e aí, eu me torno uma presa fácil para as entidades obsessivas. Porque com o meu pensamento eu atraio essa entidades. Pois que nós temos as companhias que nós desejamos. A partir do momento em que me envolto nesses vícios, estou atraindo essas entidades obsessoras. E a partir daí, estou numa anti-reforma, dificultando as orientações dos Bons Espíritos. Óbvio. Olha a nossa responsabilidade. Tá vendo: o nosso mau comportamento, o que ele nos induz. Mau comportamento através da atração, tem ao meu lado entidades obsessoras, que dificultam a ação dos Bons Espíritos. Precisamos de um firme vontade no momento em que vou empreender a minha reforma íntima. A fim de enfraquecer essas entidades obsessoras. Quem são eles? Os nossos desafetos de outras vidas, de outras reencarnações. 


Outro perigo que dificulta a nossa reforma são os interesses materiais. É claro que não é errado tê-los, afinal de contas vivemos na matéria, e ela nos oferece coisas maravilhosas, ficamos até abismados com tanta coisa bonita que a matéria nos oferece, só que o problema maior é quando o indivíduo considera os bens materiais o objetivo maior de sua vida. Aí o seu comportamento é: ganhar mais dinheiro para comprar mais bens, ficar mais rico. Ele se esquece, vejam vocês, que o mais importante não é o quanto a pessoa tem, mas como ela usa os bens que tem. Olha que colocação fabulosa. Você não tem a importância, quantos bens você tem. Não se questiona se foi ganho honestamente, etc, etc, etc... Mas você vai ser avaliado de como você usou aquilo que você ganhou. Com quem conviveu, socorrer os necessitados, principalmente nesta época, vivenciando este período da pandemia, temos que sermos fraternos, solidários, porque tudo isso faz parte das virtudes da benemerência, da indulgência, que é o que estamos tentando fazer, nesta nossa reencarnação. Quanto aos vícios, o autor faz uma colocação dizendo que o vício é uma reincidência dos desvios de conduta que nós, nesta ou em outras reencarnações, nós fizemos, nós cometemos. Compactuamos com esses desvios, e isso me leva ao vício. Por isso temos necessidade de mudar o nosso comportamento para desviarmos de nossos vícios. E veja vocês que entre os vícios, ele destaca a vaidade. A vaidade é muito sutil na sua manifestação. Porque ela coloca em evidência as qualidades intelectuais, as qualidades culturais, sociais, as suas vestimentas, os seus dotes físicos, e ele o faz em busca de fama e de prestígio. E porque ele faz isso? Satisfaz a sua necessidade, a sua necessidade de ser observado, de ser comentado, enfim, de ser badalado. E o primeiro passo para deixar de ser vaidoso é pensar: menos em si, e mais no semelhante. Ser simples, humilde, modesto, caridoso, tudo isso são virtudes que combatem a vaidade. 


E os nossos desafetos?? Como os temos... [Quanto a eles] Nós temos que procurar no nosso desafeto alguma qualidade que ele possua. Porque todos temos uma qualidade. Só que em relação ao desafeto, a gente muitas vezes só vê defeitos. Nós somos peritos nisso!!! Porque? Porque nós temos consciência de que aquele defeito que eu vejo no meu desafeto eu conheço muito bem, porque aquele defeito está enraizado dentro do meu ser. Por isso é que nós somos peritos em criticar o desafeto. Então nós temos que ser muito mais flexíveis. Porque se nós começarmos a fazer pequenos gestos, eles valem muito. Só que nós temos que tomar cuidado para não perder a personalidade. Temos que ter cuidado com esse gesto. Senão, o desafeto vai falar: o que será que ele tá falando comigo? O que será que ele tá querendo fazer... Ele sempre não gostou de mim, agora está querendo fazer isso. Por isso temos de ter cuidado nestes pequenos gestos, que valem muito para que nós nos aproximemos mais de nossos desafetos. Uma coisa muito importante em relação aos nossos desafetos. Se você não consegue dar o primeiro passo, por favor, procure não fechar a porta ao outro. Evite críticas em exagero, evite opinar em demasia, interpretar mal as atitudes alheias, pois que tudo isso são desvios de conduta. Portanto, não se revoltar com o nosso desafeto, é mostrar evolução. [...] eu não preciso me revoltar. Por que a partir do momento que eu faço isso, eu estou interpretando a lei de reencarnação, eu acato como justa e verdadeira. Aos Espíritas é dado esse conhecimento, e isso aumenta muito a responsabilidade contra os nossos desafetos. 


Ele também faz uma abordagem a respeito da educação dos filhos. Ele nos diz que a educação moral é adquirida no lar. Mesmo porque não é tarefa da escola formar o caráter do estudante, e sim a orientação dos pais. Eu posso falar isso de cátedra, pois foram 43 anos dedicados à educação. O que aconteceu foi que, atribuíram à escola uma função que ela não tinha condições de exercer. E ainda continua... Os pais colocam o filho na escola, entregam ele para a escola resolver também esta questão... Deram uma atribuição que ela não é capaz. O autor continua orientando que até os 12 anos devem os pais influenciar nas amizades do filho, buscando retirar dele as más tendências detectadas. Muita cautela neste momento: o excesso de punição ou o excesso de liberdade, vejam vocês, perturbam os limites do respeito. E aí é em tudo o que fazemos. Nós temos que ter em tudo o que fazemos o equilíbrio. Nem tanto de um lado nem tanto de outro. Nós temos de nos equilibrar em tudo aquilo que nós nos envolvemos. E ainda na educação: como evitar que o filho fume, se o pai o faz; como convencer a não beber, se o pai o faz desmedidamente. Como dizia Chico: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta”. É o que acontece com todos nós... Não adianta você querer convencer alguém através da palavra; é muito difícil isso. Você só convence alguém através do seu exemplo. Não venha querer lição de moral; não, você tem que fazer isso, ou aquilo, etc... Aí vem a pergunta. Você faz??? O exemplo é o que arrasta para ilustrar qualquer coisa que queremos passar para o outro. Não nos esqueçamos que, em relação aos nossos filhos, DEUS pedirá a conta daquilo que fizermos... 

Vejam vocês que no enfrentamento dos obstáculos, quando a gente levanta da cama, nós sabemos que nenhum deles chega-nos por acaso. O acaso não existe. É todo um processo de aprendizagem para a nossa evolução. Porque nós só crescemos nas dificuldades. Mesmo na pandemia. Quantos benefícios ela nos trouxe? 

Eu vou trazer para vocês um texto do Orson Peter Carrara, e ele nos diz que, destaca alguns bens da pandemia. Escreve ele: nós nos aproximamos mais apesar de fisicamente distantes; fizemos descobertas incríveis com a tecnologia disponível (criamos uma vacina em 90 dias; antes demorávamos anos, décadas); a convivência social ficou muito mais intensa; os casais e profissionais de todas as categorias tiveram que se reinventar nas suas rotinas; pais e filhos passaram a conviver mais diretamente com as lições de casa; e vejam vocês que eu retirei da obra Reforma Íntima Sem Martírio onde algumas ações foram propostas na tentativa de, através dos nossos esforços, irmos nos liberando das nossas imperfeições. 

E as sugestões são as seguintes: manter-se em luta permanente; aceitar críticas; crer no investimento do presente para o sucesso do futuro; sentir-se capaz de romper obstáculos, sem eles quais forem; resignação com a vida que DEUS lhe deu; o aprendizado de saber ouvir para discernir; modéstia e simplicidade são fundamentais; atitudes de solidariedade, fraternidade e o respeito à vida alheia; cautela no uso das palavras dirigidas ao próximo, sensibilidade para com os dramas alheios, domine o perfeccionismo, valorize as suas vitórias, faça as pazes com as suas imperfeiçoes, não seja demasiadamente severo contigo, errou, prossegue, fazendo o melhor que possa; e nossas virtudes não florescerão sem os golpes da dor. Como nós vimos, a Reforma Íntima obedece a uma sequência. Sequência essa que vai progressivamente através do tempo, melhorando os traços da nossa personalidade. Em função dos nossos esforços, nós estamos tentando ir rumo ao nosso progresso moral e espiritual. Que JESUS nos ampare, nos abençoe, nos ilumine nessa nossa difícil caminhada evolutiva. E que assim seja!!!