sábado, 30 de setembro de 2017

O cego de Jericó

O cego de Jericó*

Dizendo: - Que queres que te faça? – E ele respondeu: - Senhor, que eu veja. (Lucas, 18:41.)
           
O cego de Jericó é uma das grandes figuras do ensinamento evangélico.

Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.

Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:

- Que queres que te faça?

À frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:

- Senhor, que eu veja!

O propósito deste cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias das vida.

Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que  o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.  

Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso que compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta que lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.


*= Grifos nossos

Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Ídolos

Ídolos*

Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos? (Atos, 15:29)

Os ambientes religiosos não perceberam ainda todo o conceito de idolatria.

Quando nos referimos a ídolos, tudo parece indicar exclusivamente as imagens materializadas nos altares de pedra. Essa é, porém, a face mais singela do problema.
Necessitam os homens exterminar, antes de tudo, outros ídolos mais perigosos, que lhes perturbam a visão e o sentimento.

Demora-se a alma, muitas vezes, em adoração mentirosa.

Refere-se o versículo às “coisas sacrificadas aos ídolos”, e o homem está rodeado de coisas da vida. Movimentando-as, a criatura enriquece o patrimônio evolutivo. É necessário, no entanto, as que se encontram consagradas a Deus das sacrificadas aos ídolos.

A ambição de alcançar os valores espirituais, de acordo com Jesus, chama-se virtude; o propósito de atingir vantagens transitórias no campo carnal, no plano da inquietação injusta, chama-se insensatez.

Os “primeiros lugares” que o Mestre recomendou evitemos, representam ídolos igualmente. Não consagrar, portanto, as coisas da vida e da alma ao culto do imediatismo terrestre, é escapar de grosseira posição adorativa.

Quando te encontres, pois, preocupado com os insucessos e desgostos, no círculo individual, não olvides que o Cristo, aceitando a cruz, ensinou-nos o recurso de eliminar a idolatria mantida em nosso caminho por nós mesmos.



*= grifos nossos



Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

domingo, 24 de setembro de 2017

Os amados


Os amados*


Mas de vós, amados, esperamos coisas melhores. – Paulo ( Hebreus, 6:9)

Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.

Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.

Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?”

A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso? Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.

A eternidade confere reduzida importância aos bens exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias, fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior são dignos de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.

Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual. Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no coração.

Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o Apóstolo da gentilidade exclama com razão: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores”.   


*= grifos nossos

Fonte:                                                                   


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Os Espíritos marcados

Na Revista Espírita de Fevereiro de 1868, há um texto entitulado os Espíritos marcados, que relata várias comunicações de Espíritos amigos nos esclarecendo sobre o papel dos Messias e/ou Cristos, para nos dar a visão de Jesus. Consideras-se que este é o Paradigma Espírita sobre Jesus.

Segue o texto para reflexão...


Item 5, subitem 3. Os Messias, seres superiores, chegados ao mais alto grau da hierarquia celeste, depois de terem atingido uma perfeição que os torna infalíveis daí por diante, e acima das fraquezas humanas, mesmo na encarnação. Admitidos nos conselhos do Altíssimo, recebem diretamente sua palavra, que são encarregados de transmitir e fazer cumprir. Verdadeiros representantes da Divindade, da qual têm o pensamento, é entre eles que Deus escolhe seus enviados especiais, ou seus Messias, para as grandes missões gerais, cujos detalhes de execução são confiados a outros Espíritos encarnados ou desencarnados, agindo por suas ordens e sob sua inspiração. Espíritos dessas três categorias devem concorrer ao grande movimento regenerador que se opera.
Êxtase sonambúlico – Paris, 1866


domingo, 17 de setembro de 2017

Descrição Física e Moral de Jesus

De acordo com o Espiritismo, fora encontrada uma carta do Senador nos arquivos do Duque de Cesadini, na cidade de Roma, enviada de Jerusalém, na época de Jesus, endereçada ao imperador romano Tibério. Nela, haveria uma descrição física e moral de Jesus feita pelo senador. O teor da carta é o seguinte:

Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o veem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.

A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.

Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se a majestade tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.

De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram.

Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.

Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.

Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo…
—Publius Lentulus, Legado de Tibério na Judeia. Indizione settima, luna seconda.

sábado, 16 de setembro de 2017

Viver pela fé

Viver pela fé*

Mas o justo viverá pela fé. -Paulo. (Romanos, 1;17.)

Na epístola aos romanos, Paulo afirma que o justo viverá pela fé.

Não poucos aprendizes interpretaram erradamente a assertiva. Supuseram que viver pela fé seria executar rigorosamente as cerimônias exteriores dos cultos religiosos.

Frequentar os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a simbologia sectária, indicariam a presença do homem justo. Mas nem sempre vemos o bom ritualista aliado ao bom homem. E, antes de tudo, é necessário ser criatura de Deus, em todas as circunstâncias da existência.

Paulo de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo invariável, na verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus.

Os dias são ridentes e tranqüilos? Tenhamos boa memória e não desdenhemos a moderação.

São escuros e tristes? Confiemos em Deus, sem cuja permissão a tempestade não desabaria.

Veio o abandono do mundo? O Pai jamais nos abandona.

Chegaram as enfermidades, os desenganos, a ingratidão e a morte?

Eles são todos bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de sermos justos, de vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo.


*= grifos nossos
  

Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

Conheça o Espiritismo

Conheça o Espiritismo

Deus: Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas.

Jesus: Guia e modelo

Kardec: Base Espírita

“Fora da caridade não há salvação”

Caridade: benevolência para com todos, indulgencia para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. (L.E. 886.)

Doutrina Espírita ou Espiritismo

O que é?

- É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo O Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

- “O Espiritismo é uma Ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” (KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. Preâmbulo.) 

- “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”. (KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. VI, item 4.)

O que revela?

- Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do universo, dos homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

- Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objeto da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

Sua abrangência

- Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da humanidade.

- Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional e social.

Seus ensinos fundamentais

- “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

- O universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

- Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

- No Universo, há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

- Todas as leis da natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

- O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

- Os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

- Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectualmente e moralmente, passando de uma ordem interior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

- Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

- Os Espíritos tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

- Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

- Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos puros, que atingiram a perfeição máxima; bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

- As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

- Jesus é o guia e modelo para toda a humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

- A moral do Cristo contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade.

- O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

- A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

- A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a ideia da existência do Criador.

- A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

Prática Espírita

- Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Daí de graça o que de graça recebestes”. (Cap. 26 do E.S.E.)

- A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

- O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota, nem usa em suas reuniões e sem suas práticas, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgencia, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

- O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los.

- A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinaria de vida que adotem.

- Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

- O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.

“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.

O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.

Conheça os LIVROS DA CODIFICAÇÃO – Conjunto de ensinamentos transmitidos por Espíritos superiores, organizados e comentados por Allan Kardec.

Fonte: FEB

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Guardai-vos dos cães

Guardai-vos dos cães*

“Guardai-vos dos cães. “ – Paulo (Filipenses, 3:2.)

Somos imensa caravana de seres, na estrada evolutiva, a movimentar-se, sob o olhar do Divino Pastor, em demanda de esferas mais altas.

Em verdade, se prosseguimos caminho a fora, magnetizados pelo devotamento do Condutor Divino, inegavelmente somos também assediados pelos cães da ignorância, da perversidade, da má-fé.

Referindo-se a cães, Paulo de Tarso não mentalizava o animal amigo, símbolo de ternura e fidelidade, após a domesticação. Reportava-se aos cães selvagens, impulsivos e ferozes. No rebanho humano, encontraremos sempre criaturas que os personificam. São os adversários sistemáticos do bem.

Atassalham reputações dignas.

Estimam a maledicência.

Exercitam a crueldade.

Sentem prazer com a imposição tirânica que lhes é própria.

Desfazem a conceituação elevada e santificante da vida.

Desarticulam o serviço dos corações bem-intencionados.

Atiram-se, desvairadamente, à substância das obras construtivas, procurando consumi-las ou pervertê-las.
Vomitam impropérios e calúnias.

Gritam, levianos, que o mal permanece vitorioso, que a sombra venceu, que a miséria consolidou o seu domínio na Terra, perturbando a paz dos servos operosos e fiéis.

E, quando o micróbio do ódio ou da cólera lhes excita a desesperação, ai daqueles que se aproximam, generosos e confiantes!

É para esse gênero de irmãos que Paulo solicita de nós outros a conjugação do verbo guardar. Para eles, pobres prisioneiros da incompreensão e da ignorância, resta somente o processo educativo, no qual podemos cooperar com amor, competindo-nos reconhecer, contudo, que esse recurso de domesticação procede originalmente de Deus.


*= grifos nossos


Fonte:
Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 16 ed.  – Brasília; FEB, 1988. 415 p.  

domingo, 10 de setembro de 2017

Pesquisa revela perfil dos Espíritas

No sítio virtual http://franzolim.blogspot.com.br/ é possível encontrar a pesquisa e ver o perfil dos Espíritas no Brasil, seu grau de escolaridade, renda, e suas crenças.

Pela análise, é possível fazer ilações onde podemos e devemos melhorar, individualmente e coletivamente.

Boa leitura...

sábado, 9 de setembro de 2017

Servir e marchar

Servir e marchar*

Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados. “ – Paulo (Hebreus, 12:12.)

Se é difícil a produção de fruto sadio na lavoura comum, para que não falte o pão do corpo aos celeiros do mundo, é quase sacrificial o serviço de aquisição dos valores espirituais que significam o alimento vivo e imperecível da alma.

Planta-se a semente da boa-vontade, mas obstáculos mil lhe prejudicam a germinação e o crescimento.

É a aluvião de futilidades da vida inferior.

A invasão de vermes simbolizados nos aborrecimentos de toda sorte.

A lama da inveja e do despeito.

As trovoadas da incompreensão.

Os granizos da maldade.

Os detritos da calúnia.

A canícula da responsabilidade.

O frio da indiferença.

A secura do desentendimento.

O escalracho da ignorância.

As nuvens de preocupações.

A poeira do desencanto.

Todas as forças imponderáveis da experiência humana como que se conjugam contra aquele que deseja avançar no roteiro do bem.

Enquanto não alcançarmos a herança divina a que somos destinados, qualquer descida é sempre fácil...

A elevação, porém, é obra de suor, persistência e sacrifício.

Não recues diante da luta, se realmente já podes interessar o coração nos climas superiores da vida.

Não obstante defrontado por toda a espécie de dificuldades, segue para a frente, oferecendo ao serviço de perfeição quanto possuas de nobre, belo e útil.

Recorda o conselho de Paulo e não te imobilizes.

Movimenta as mãos cansadas para o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados, na certeza de que para a obtenção da melhor parte da vida é preciso servir e marchar, incessantemente.  
  

*= grifos nossos

Fonte:

Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 16 ed.  – Brasília; FEB, 1988. 415 p.

domingo, 3 de setembro de 2017

Familiares problemáticos


1 - Compreendendo que muitos casamentos resultam em uniões infelizes e, às vezes, até mesmas profundamente antipáticas, induzindo os cônjuges ao divórcio, como interpretar a fase de atração recíproca, repleta de alegria e esperança, que caracterizou o namoro e o noivado?
Emmanuel - Qualquer pessoa que aspire um título elevado passa pela fase de encantamento. Esfalfa-se o professor pela ascensão à cátedra. Conseguido o certificado de competência, é imperioso entregar-se ao estudo incessante para atender às exigências do magistério. Esforça-se o acadêmico pela conquista do diploma que lhe autoriza o exercício da profissão liberal. Laureado pela distinção, sente-se compelido a trabalho infatigável, de modo a sustentar-se na responsabilidade em que anela viver.
Assim, também, o matrimônio.

2 - Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?
Emmanuel - O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem as obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros e desacertos.
Fácil, dessa forma, reconhecer que todas as dificuldades domésticas são empeços, trazidos por nós próprios, das existências passadas.

3 - De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso?
Emmanuel - Marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira.

4 - E a esposa desequilibrada?
Emmanuel - Esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e à viciação.

5 - Que são os filhos-problemas?
Emmanuel - Filhos-problemas são aqueles mesmos espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos.

6 - Qual a função essencial do lar e da família?
Emmanuel - No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e as tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem.

7 - Como é encarado o divórcio nos planos superiores do Espírito?
Emmanuel - O divórcio, conquanto às vezes necessário, não é caminho salvador quando lutas se agravem. Ninguém colhe flores do plantio de pedras. Só o tempo consegue dissipar as sombras que amontoamos com o tempo. Só o perdão incondicional apaga as ofensas; apenas o bem extingue o mal.

8 - Existem casos francamente insolúveis nos casamentos desventurados; não será o divórcio o mal menor para evitar maiores males?
Emmanuel - Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos surgem nos quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma do débito contraído.

9 - Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento, é melhor permanecer dentro dele?
Emmanuel - Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.

10 - Quais são as piores consequências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas?
Emmanuel - É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do Espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.

11 - Como é interpretado o aborto nos planos superiores da Vida Espiritual?
Emmanuel - O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitam, é um crime perante as Leis de Deus.

12 - Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?
Emmanuel - Praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnado de Espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o reconforto ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranquilidade pela solução de velhas contas.

13 - O aborto oferece consequências dolorosas especiais para as mães?
Emmanuel - O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam os aflitivos processos de obsessão.

14 - E para os pais?
Emmanuel - Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores.

15 - As criaturas que se suicidaram em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram?
Emmanuel - Muitos Espíritos fracos, que por razões de infelicidade na afeição sexual atiram-se ao suicídio, encontram padecimentos gigantescos, como quem salta no escuro sobre precipícios de brasas, criando derivações de angústia para os causadores de semelhantes tragédias.

16 - Os casos de suicídio nas uniões carnais infelizes agravam provas em casamentos futuros?
Emmanuel - Quantos violam a passagem da morte, crendo erroneamente alcançar o repouso, nada mais encontram senão suplício e desespero, a gerarem, no âmago de si mesmos, os pavorosos conflitos, que apenas as reencarnações regenerativas conseguem remediar.
Saibamos tolerar com paciência as provações que o mundo nos ofereça, criando o bem sobre todos os males que nos cheguem das existências que já vivemos, na convicção de que fugir ao dever – por mais doloroso seja o dever que nos caiba – será sempre abraçar o pior. Em quaisquer atribulações ou dificuldades, a nossa obrigação individual é fazer o melhor ao nosso alcance para que o bem triunfe.

17 - Que fazer para extinguir os males evidentes das ligações afetivas inconsideradas e desditosas?
Emmanuel - Em todos os departamentos da luta humana, os compromissos do passado reaparecem. Indispensável revestir-se a alma de forças para vencer, em si mesma, os pontos vulneráveis que, em outro tempo, a fizeram cair.

18 - Qual a direção pessoal que devemos adotar para vencer os dissabores do lar infeliz?
Emmanuel - Evitemos o divórcio, tanto quanto possível, e combatemos o aborto e o suicídio com todos os recursos de raciocínio e esclarecimento de que possamos dispor.
O divórcio adia o resgate.
O aborto complica o destino.
O suicídio agrava todos os sofrimentos.

EMMANUEL 
(Do livro “Leis Do Amor”, Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira) 
Fonte: Universo Espírita

sábado, 2 de setembro de 2017

Valéria

Valéria

- Chico, você já chorou?

- Sim, meu filho, muito. Vou-lhe contar uma história em que muito chorei.

Durante anos, visitamos uma amiga que Havia se tornado paralitica e muda, levando em cada visita um pacote de biscoitos, um pedaço de bolo ou um doce qualquer. Quando já havíamos  completado seis anos de visitas, lhe disse:

- Valéria, hoje estou com a impressão de que você pode falar. Fale, Valéria. Diga pelo menos “Jesus”.

Ela olhou-me demoradamente. Os olhos, límpidos com um céu sem nuvens. Fez um esforço  muito grande, mas não conseguiu falar.

Após a prece, voltei a insistir:

- Valéria, Jesus andou no mundo, curou tanta gente, tantos iam buscá-Lo nas estradas, ou na casa onde Ele permanecia e pediam-Lhe a graça da melhora ou da cura e foram curados. Imagine-se caminhando ao encontro de Jesus, embora você não ande há tantos anos. Imagine-se olhando-O e dizendo “Jesus”. Fale “Jesus”, Valéria.

Ela fez novamente um grande esforço, olhou-me demoradamente. Por fim, conseguiu dizer:

- “JESUSO”.

Fiquei muito emocionado e as lágrimas me vieram aos olhos.

Pedi a alguém que chamasse sua irmã:

- Valéria, minha filha, fale para sua Irma. Há muitos anos que ela não ouve o som de sua voz. Fale outra vez “Jesus”.

Ela nos olhou demoradamente. Fez novamente um esforço enorme e repetiu: “JESUSO”.

Quando nos retiramos, estávamos todos contentes e achávamos que, com o tempo, Valéria iria conseguir pronunciar algumas palavras.

Na semana seguinte, porém, ela desencarnou.

Alguns anos mais tarde, começou a aparecer-me uma entidade na forma de uma senhora muito bonita.

Quando chegava, todo o meu quarto ficava iluminado. Procedia então à transmissão do passe na região do tórax, mais propriamente sobre o coração. E assim procedeu por um mês, aproximadamente.

Foi nessa época que tive o primeiro enfarte.

Mais tarde, recuperado, graças à Misericórdia Divina, no período em que fiquei vinte dias mais ou menos imóvel, a entidade apareceu-me novamente. Então lhe disse:

- Ah! Minha irmã, agora compreendo porque você me dava passes no coração. Estava fortalecendo-me para resistir ao enfarte que viria, não é mesmo?

Acenou-me afirmativamente com a cabeça.

- Olhe, quero que me dê seu nome para eu poder orar por você. Estou-lhe muito grato pela carinhosa assistência.

- Chico, somos tão amigos que não vou lhe dar meu nome. Vou dizer uma palavra e você vai se lembrar de mim.

- Será, minha irmã?

- Tenho certeza, Chico.

- Então diz.

- “JESUSO”.

- Ah! Valéria, era você então... Como você está bonita... Eu não mereço a sua visita...

- Sim, eu mesma. Vim lembrar os nossos sábados em que orávamos tanto. Lembro-me com emoção da última palavra que pronunciei e vim trazer-lhe confiança em Jesus. O nome de Jesus tem muita força, Chico.

- Então, ela colocou a mão sobre o meu peito e a dor desapareceu.


Fonte:

Livro Chico, de Francisco. Adelino da Silveira. – São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. 159 p.