domingo, 20 de setembro de 2020

Má vontade

 

Má vontade*

Não vos comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas. – Paulo (Efésios, 5:11)

 

 

Má vontade gera sombra.

A sombra favorece a estagnação.

A estagnação conserva o mal.

O mal entroniza a ociosidade.

A ociosidade cria a discórdia.

A discórdia desperta o orgulho.

O orgulho acorda a vaidade.

A vaidade atiça a paixão inferior.

A paixão inferior provoca a indisciplina.

A indisciplina mantém a dureza de coração.

A dureza de coração impõe a cegueira espiritual.

A cegueira espiritual conduz ao abismo.

Entregue às obras infrutuosas da incompreensão, pela simples má vontade pode o homem rolar indefinidamente ao precipício das trevas.

 

  *= grifos nossos.



Fonte:

 

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

domingo, 13 de setembro de 2020

Ceifeiros

 

Ceifeiros

 

Então, disse aos seus discípulos: a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. – (Mateus, 9:37)

 

O ensinamento não se refere à colheita espiritual dos grandes períodos de renovação no tempo, mas sim à seara de consolações que o Evangelho envolve em si mesmo.

 

Naquela hora permanecia em torno do Mestre a turba de corações desalentados e errantes que, segundo a narrativa de Mateus, se assemelhava a rebanho sem pastor.

 

Foi então que Jesus ergueu o símbolo da seara realmente grande, ladeada, porém, de raros ceifeiros.

 

É que o Evangelho permanece no mundo por bendita messe celestial destinada a enriquecer o espírito humano; entretanto, a percentagem de criaturas dispostas ao trabalho da ceifa é muito reduzida. A maioria aguarda o trigo beneficiado ou o pão completo para a alimentação própria. Raríssimos são aqueles enfrentam os temporais, o rigor do trabalho e as perigosas surpresas que o esforço de colher reclama do trabalhador devotado e fiel.

 

Em razão disto, a multidão dos desesperados e desiludidos continua passando no mundo, em fileira crescente, através dos séculos.

 

Os abnegados operários do Cristo prosseguem onerados em virtude de tantos famintos que cercam a seara, sem a precisa coragem de buscarem por si o alimento da vida eterna. E esse quadro persistirá na Terra, até que os bons consumidores aprendam também a ser bons ceifeiros.  

*= grifos nossos.

 

Fonte:

 

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

sábado, 5 de setembro de 2020

Mãe

 Mãe*

Honra pai e mãe [...]. (Mateus 19,19.)

Honrarás pai e mãe” – a Lei determina. Não te esqueças, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era o segredo da vida, entre o devotamento materno e o mundo espiritual.

Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que desabrochasses à luz, e, trazendo o ideal da felicidade como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu trocá-lo por lágrimas de sofrimento, para que tivesses segurança no berço.

Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela, que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te.

Quando o mundo te aclame a cultura ou o poder, o renome ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também atravessou longos meses de vigília, esperando que viesses a pronunciar as palavras primeiras para melhor escravizar-se à execução de teus desejos.

Muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor, que nada via senão a ti, entretanto, compreenderás que ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de modo a esquecer-se e suportar-te as necessidades, até que lhe pudesses dispensar, de todos, o carinho.

Se motivos humanos a distanciam hoje de ti, que isso aconteça tão só na superfície das circunstâncias, nunca nos domínios da alma, porque através dos fios ocultos do pensamento sentir-lhe-ás os braços sustentando-te as esperanças e abençoando-te as horas.

Nunca ferirás tua mãe, ainda quando o discernimento te coloque em posição diversa, em matéria de opinião, porque ela se tenha habituado a interpretação diferente do mundo, não lhe dilaceres  a confiança com apontamentos intempestivos e espera, com paciência, que o tempo lhe descortine novos horizontes, relativamente a verdade.

“Honrarás pai e mãe” – a Lei determina. Não te esquecerás, porém, de que se teu pai é o companheiro generoso que te descerrou o caminho para a romagem terrestre, tua mãe é o gênio tutelar que te acompanha os passos, em toda a vida, a iluminar-te o coração por dentro, com a bondade e a perseverança da luz de uma estrela.

*= grifos nossos

 

Fonte:

 

O evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo Mateus / coordenação de Saulo Cesar Ribeiro da Silva. 1. ed. 5. imp. – Brasília; FEB, 2016. 652 p.