domingo, 28 de março de 2021

Conserva o modelo

 

Conserva o modelo*

Conserva o modelo das sãs palavras. – Paulo (II Timóteo, 1:13)

 

         Distribui os recursos que a Providência te encaminhou às mãos operosas; todavia, não te esqueças de que a palavra confortadora ao aflito representa serviço direto de teu coração na sementeira do bem.

         O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberás a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma benção para a eternidade.

         Envia mensageiros ao socorro fraternal; contudo, não deixes, pelo menos uma vez por outra, de visitar o irmão doente e ouvi-lo em pessoa.

         A expedição de auxílio é uma gentileza que te angariará simpatia; no entanto, intervenção direta no amparo ao necessitado conferir-te-á preparação espiritual à frente das próprias lutas.

         Sobe à tribuna e ensina o caminho redentor aos semelhantes; todavia, interrompe as preleções, de vez em quando, a fim de assinalar o lamento de um companheiro na experiência humana, ainda mesmo quando se trata de um filho do desespero ou da ignorância, para que não percas o senso das proporções em tua marcha.

         Cultiva as flores do jardim particular de tuas afeições mais queridas, porque, sem o canteiro de experimentação, é muito difícil atender à lavoura nobre e intensiva, mas não fujas sistematicamente à floresta humana, com receio dos vermes e monstros que a povoam, porquanto é imprescindível te prepares a avançar, mais tarde, dentro dela.

         Nos círculos da vida, não olvides a necessidade do ensinamento gravado em ti mesmo.

         Assim como não podes tomar alimento individual por intermédio de um substituto, nem podes aprender a lição guardando-lhe os caracteres na memória alheia, não conseguirás comparecer, ante as Forças Supremas da Sabedoria e do Amor, com realizações e vitórias que não tenham sido vividas e conquistadas por ti mesmo.

         “Conserva”, pois, contigo, “o modelo das sãs palavras”.


  *= grifos nossos.

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

domingo, 21 de março de 2021

A grande luta

 A grande luta*


Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra os potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. – Paulo (Efésios, 6:12)

 

         Segundo nossas afirmativas reiteradas, a grande luta não reside no combate com o sangue e com a carne, propriamente, mas sim com as nossas disposições espirituais inferiores.

         Paulo de Tarso agiu divinamente inspirado, quando escreveu sua recomendação aos companheiros de Éfeso.

         O silencioso e incessante conflito entre os discípulos sinceros e as forças da sombra está vinculado em nossa própria natureza, porquanto nos acumpliciávamos abertamente com o mal, em passado não remoto.  

         Temos sido declarados participantes das ações delituosas nos lugares celestiais.

         E, ainda hoje, entre os fluidos condensados da carne ou nas esferas que lhes são próximas, agimos no serviço de autorrestauração em pleno paraíso.          

         A Terra é, igualmente, sublime degrau do Céu.

         Quando alguém se reporta aos anjos caídos, os ouvintes humanos guardam logo a impressão de um palácio soberbo e misterioso, de onde se expulsam criaturas sábias e luminosas.

         Não se verifica o mesmo quando um homem culto se entrega ao assassínio, à frente de uma universidade ou de um templo?

         Geralmente o observador terrestre relaciona o crime, não se detendo, porém, no exame do lugar sagrado e venerável em que se consumou.

         A grande luta, a que o Apóstolo se refere, prossegue sem descanso.

         As cidades e as edificações humanas são zonas celestiais. Nem elas nem as células orgânicas que nos servem constituem os poderosos inimigos, e sim as “hostes espirituais da maldade”, com as quais nos sintonizamos por intermédio dos pontos inferiores que conservamos desesperadamente conosco, vastas arregimentações de seres e pensamentos sombrios que obscurece a visão humana, e que operam com sutileza, de modo a não perderem os ativos companheiros de ontem.

 

  *= grifos nossos.

 

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.

domingo, 14 de março de 2021

De madrugada

 

De madrugada*


E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro, de madrugada, sendo ainda escuro, e via a pedra removida do sepulcro. – (João, 20:1)

 

         Não devemos esquecer a circunstância em que Maria de Magdala recebe a primeira mensagem da ressurreição do Mestre.

         No seio de perturbações e desalentos da pequena comunidade, a grande convertida não perde tempo em lamentações estéreis nem procura o sono do esquecimento.

         Os companheiros haviam quebrado o padrão de confiança. Entre o remorso da própria defecção e a amargura pelo sacrifício do Salvador, cuja lição sublime ainda não conseguiam apreender, confundiam-se em atitudes negativas. Pensamentos contraditórios e angustiados azorragavam-lhes os corações.

         Madalena, contudo, rompe o véu de emoções dolorosas que lhe embargam os passos. É imprescindível não sucumbir os fardos, transformando-os, acima de tudo, em elemento básico na construção espiritual, e Maria resolve não se acovardar ante a dor. Porque o Cristo fora imolado na cruz, não seria lícito condenar-lhe a memória bem-amada ao olvido ou à indiferença.

         Vigilante, atenta a si mesma, antes de qualquer satisfação a velhos convencionalismos, vai ao encontro do grande obstáculo que se constituía do sepulcro, muito cedo, precedendo o despertar dos próprios amigos, e encontra a radiante resposta da Vida eterna.

         Rememorando esse acontecimento simbólico, recordemos nossas antigas quedas, por havermos esquecido o “primeiro dia da semana”, trocando, em todas as ocasiões, o “mais cedo” pelo “mais tarde”.         

 

  *= grifos nossos.

 

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.


terça-feira, 9 de março de 2021

Saibamos lembrar

 

Saibamos lembrar*

Lembrai-vos das minhas prisões. – Paulo (Colossenses, 4:18)

 

         Nas infantilidades e irreflexões costumeiras, os crentes recordam apenas a luminosa auréola dos espíritos santificados na Terra.

         Supõem muitos encontra-los, facilmente, além do túmulo, a fim de receber-lhes preciosas lembranças.

         Não aguardam senão o céu, por meio de repouso brilhante na imensidade cósmica...

         Quantos se lembrarão de Paulo tão somente na glorificação? Entretanto, nesta observação aos colossenses, o grande Apóstolo exorta os amigos a lhe rememorarem as prisões, como a dizer que os discípulos não devem cristalizar o pensamento na antevisão de facilidades celestes, e sim refletir, seriamente, no trabalho justo pela posse do reino divino.  

         A conquista da espiritualidade sublimada tem igualmente os seus caminhos. É indispensável percorrê-los.  

         Antes de fixarmos a coroa resplandecente dos Apóstolos fiéis, meditemos nos espinhos que lhes feriram a fronte.

         Paulo conseguiu atingir as culminâncias; entretanto, quantos golpes de açoites, pedradas e ironias suportou, adaptando-se aos ensinamentos do Cristo, escalando a montanha!...

         Não mires, apenas, a superioridade manifesta daqueles a quem consagras admiração e respeito. Não te esqueças de imitá-los afeiçoando-te aos serviços sacrificiais a que se devotaram para alcançar os divinos fins.


  *= grifos nossos.


Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1 ed. – 10 imp. – Brasília; FEB, 2016. 407 p.