sexta-feira, 31 de março de 2017

Cristo e Nós


E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele responde: Eis-me aqui, Senhor! (Atos, 9:10)

Os Homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens. Ninguém acredita que o mundo se redima sem almas redimidas. O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços humanos que o realizem e intensifiquem. Começou o apostolado, buscando concurso de Pedro e André, formando, em seguida, uma assembléia de 12 companheiros para atacar o serviço da regeneração planetária.

E, desde o primeiro dia da Boa-Nova, convida, insiste e apela, junto as almas, para que se convertam em instrumentos de sua divina Vontade, dando-nos a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa vontade.  

Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando alguém para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na conversão de Paulo, o mestre não dispensa a cooperação dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procurar Ananias, enviando-o a socorrer o novo discípulo.

Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém-convertido, assistindo-o em pessoa? É que, se a humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.  

“Ide e pregai”. “Eis que vos mando”. “Resplandeça a vossa luz diante dos homens”. “A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”. Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância. Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância por Ele atribuída à contribuição humana.

Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre. Onde estiver um seguidor do Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem.

Cristianismo significa Cristo e nós.
   

Fonte:


Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

Pequeno Decálogo do Serviço Espiritual



SE procuras materializar o espírito, espiritualiza a matéria.

SE desejas aumentar o uso da alma, diminui o uso da carne.

SE buscas receber, aprende também a dar de ti mesmo.

SE pretendes encontrar a luz, foge à sombra.

SE buscas verdadeiramente o bem, evita o mal.

SE aspiras a integração com a Verdade, abstém-te da fantasia.

SE julgas o privilegio desagradável nos outros, não reclames prerrogativas ao teu circulo pessoal.

SE esperas realização nobre, não olvides o trabalho incessante, a persistência no bem, o estudo edificante, a sementeira benéfica e o serviço desinteressado aos semelhantes.

SE aguardas a revelação dos Céus, revela-te com humildade diante do Senhor e diante de teus irmãos, com espírito de reconstrução do próprio destino.

SE buscas a benção consoladora na Doutrina dos Espíritos, sob a inspiração de Jesus, nosso Mestre e Senhor, traze com alegria o Espiritismo por fora, mas não te esqueças de conservar o Evangelho por dentro.

Espírito: André Luiz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Do livro: Relicário de Luz

quarta-feira, 29 de março de 2017

Deus por Eurípedes Barsanulfo

DEUS
Eurípedes Barsanulfo

O Universo é obra inteligentíssima;
obra que transcende a mais genial inteligência humana;
e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência;
é a inteligência das inteligências;
a causa das causas;
a lei das leis;
o princípio dos princípios;
a razão das razões;
a consciências das consciências;
é Deus! Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava sem se descobrir!

Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação;
na criancinha que sorri;
no ancião que tropeça;
no mendigo que implora;
na mão que assiste;
na mãe querida que vela;
no pai extremoso que instrui;
no apóstolo abnegado que evangeliza as multidões.

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do esposo;  
No afeto do filho;
na estima da irmã;
na justiça do justo;
na misericórdia do indulgente;
na fé do homem piedoso;
na esperança dos povos;
na caridade dos bons;
na inteireza dos íntegros.

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor!
no estro¹ do vate²;
na eloquência do orador;
na inspiração do artista;
na santidade do mestre;
na sabedoria do filósofo
e nos fogos eternos do gênio!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor!
na flor dos vergéis³,
na relva dos vales;
no matiz dos campos;
na brisa dos prados;
no perfume das campinas;
no murmúrio das fontes;
no rumorejo das franças;
na música dos bosques;
na placidez dos lagos;
na altivez dos montes;
na amplidão dos oceanos
e na majestade do firmamento!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor!
nos lindos antélios¹¹,
no íris multicor;
nas auroras polares;
no argênteo¹² da Lua;
no brilho do Sol;
na fulgência das estrelas;
no fulgor das constelações!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor!
na formação das nebulosas;
na origem dos mundos;
na gênese dos sóis;
no berço das humanidades;
na maravilha, no esplendor e no
sublime do Infinito!



Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor!
com Jesus, quando ora:
"Pai nosso que estais nos céus..."
ou com os anjos quando cantam:
"Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus".
¹estro =Inspiração ou entusiasmo poético ou artístico.
²vate = poeta, profeta
³Vergel =Lugar com árvores, horto, jardim, pomar
¹¹antélio = Fenômeno luminoso solar.
¹²argênteo = prata

Orientadores do mundo

Orientadores do mundo

Respondeu-lhe Jesus: - És mestre em Israel e não sabes isto?
(João, 3:10)

É muito comum nos círculos religiosos, notadamente nos arraiais espiritistas, o aparecimento de orientadores do mundo, reclamando provas da existência da alma.

Tempo virá em que semelhantes inquirições serão consideradas pueris, porque, afinal, esses mentores da política, da educação, da ciência, estão perguntando, no fundo, se eles próprios existem.

A resposta de Jesus a Nicodemos, embora se refira ao problema da reencarnação, enquadra-se perfeitamente ao assunto, uma vez que os condutores da atualidade prosseguem indagando sobre realidades essenciais da vida.

Peçamos a Deus auxilie o homem para que não continue tentando penetrar a casa do progresso pelo telhado.   

O médico leviano, até que verifique a verdade espiritual, será defrontado por experiências dolorosas no campo das realizações que lhe dizem respeito. O professor, apenas teórico, precipitar-se-á muitas vezes nas ilusões. O administrador improvisado permanecerá exposto a erros tremendos, até que se ajuste à responsabilidade que lhe é própria.

Por esse motivo, a resposta de Jesus aplica-se, com acerto, às interrogações dos instrutores modernos. Transformados em investigadores, dirigem a nós outros, muita vez com ironia, reclamando a certeza da existência do Espírito; entretanto, eles orientam os outros e se introduzem na vida dos nossos irmãos em humanidade. 

Considerando essa circunstância e se tratando de problema tão essencial para si próprios, é razoável que não perguntem, porque devem saber.
  


Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.


Liberte sua alma

Liberte sua alma

Não se prenda à beleza das formas efêmeras. A flor passa breve.

Não se escravize às opiniões da leviandade ou da ignorância. Incitatus, o cavalo de Calígula, podia comer num balde enfeitado de perolas, mas não deixava, por isso, de ser um cavalo.

Não alimente a avidez da posse. A casa dos numismatas vive repleta de moedas que serviram a milhões e cujos donos desapareceram.

Não perca sua independência construtiva a troco de considerações humanas. A armadilha que pune o animal criminoso é igual à que surpreende o canário negligente.

Não acredite no elogio que empresa a você qualidades imaginárias. Vespas cruéis por vezes se escondem no cálice de lírio.

Não se aflija pela aquisição de vantagens imediatas na experiência terrestre. Os museus permanecem abarrotados de mantos de reis e de outros “cadáveres de vantagens mortas”.

André Luiz

Médium: Francisco Cândido Xavier

Do livro: Agenda Cristã – Edição: FEB 

terça-feira, 28 de março de 2017

Propriedade

Propriedade

E o mancebo, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. (Mateus, 19:22)

O instinto de propriedade tem provocado grandes revoluções, ensangüentando os povos. Nas mais diversas regiões do planeta, respiram homens inquietos pela posse material, ciosos de suas expressões temporárias e dispostos a morrer em sua defesa.

Isso demonstra que o homem ainda não aprendeu a possuir.

Com esta argumentação, não desejamos induzir a criatura a esquecer a formiga previdente, adotando por modelo a cigarra descuidosa. Apenas convidamos, a quem nos lê, a examinar a precariedade das posses efêmeras.

Cada conquista terrestre deveria ser aproveitada pela alma, com força de elevação.

O homem ganhará impulso santificante, compreendendo que só possui verdadeiramente aquilo que se encontra dentro dele, no conteúdo espiritual de sua vida. Tudo o que se relaciona com o exterior – como sejam: criaturas, paisagens e bens transitórios – pertence a Deus, que lhos concederá de acordo com os seus méritos.

Essa realidade sentida e vivida constitui brilhante luz no caminho, ensinando ao discípulo a sublime lei do uso, para que a propriedade não represente fonte de inquietações e tristeza, como aconteceu ao jovem dos ensinamentos de Jesus.  

Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

sábado, 25 de março de 2017

Questão 1 do Livro dos Espíritos

1. Que é Deus?

Resp.: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”




Fonte: KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 76ª ed. 1944. FEB.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Por que dormis?

Por que dormis?

E disse-lhes:
- Por que estais dormindo?

Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.
 – Jesus.
(Lucas, 22:46.)

Nos ensinos fundamentais de Jesus, é imperioso evitar as situações acomodatícias, em detrimento das atividades do bem.

O Evangelho de Lucas, nesta passagem, conta que os  discípulos “dormiam de tristeza”, enquanto o Mestre orava fervorosamente no Horto. Vê-se, pois, que o Senhor não justificou nem mesmo a inatividade oriunda do choque ante as grandes dores.

O aprendiz figurará no mundo como o campo de trabalho do Reino, onde se esforçara, operoso e vigilante, compreendendo que o Cristo prossegue em serviço redentor para o resgate total das criaturas.

Recordando a prece em Getsêmani , somos obrigados a lembrar que inúmeras comunidades de alicerces cristãos permanecem dormindo nas convivências pessoais, nos mesquinhos interesses, nas vaidades efêmeras. Falam do Cristo, referem-se à sua imperecível exemplificação, como se fossem sonâmbulos, inconscientes do que dizem e do que fazem, para despertarem tão só no instante da morte corporal, em soluços tardios.

Ouçamos a interrogação do Salvador e busquemos a edificação e o trabalho, a fim de que não existam lugares vagos para o que seja inútil e ruinoso à consciência.

Quanto a ti, que ainda e encontras na carne, não durmas em espírito, desatendendo aos interesses do Redentor. Levanta-te e esforça-te, porque é no sono da alma que se encontram as mais perigosas tentações, em pesadelos ou fantasias.



Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

A espada simbólica

A espada simbólica

Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada. 
– Jesus ( Mateus 10:34.)

            Inúmeros leitores do Evangelho perturbam-se antes essas afirmativas do Mestre divino, porquanto o conceito de paz, entre os homens, desde muitos séculos foi visceralmente viciado. Na expressão comum, ter paz significa haver atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida.

            Jesus não poderia endossar tranqüilidade desse jaez, e, em contraposição ao falso princípio estabelecido no mundo, trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo. O Mestre veio instalar o combate da redenção sobre a Terra. Desde o seu ensinamento primeiro, foi formada a frente da batalha sem sangue, destinada à iluminação do caminho humano. E Ele mesmo foi o primeiro a inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos.

            Há quase vinte séculos vive a Terra sob esses impulsos renovadores, e ai daqueles que dormem, estranhos ao processo santificante!

            Buscar a mentirosa paz da ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando à morte.    

            No entanto, Jesus é também chamado o Príncipe da Paz.

            Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, constituindo em si mesmo a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, Nele, a serenidade inalterável. É que Jesus começou o combate de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.

Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Locais relacionados a Allan Kardec em Paris

Disponível em: http://geak2002.blogspot.com.br/2010/10/locais-relacionados-allan-kardec-em.html Acessado em: 21-7-2014 às 15.32 hs.

Locais relacionados a Allan Kardec, em Paris

Rue de la Harpe: onde Kardec residiu quando retornou a Paris, com 18 anos, em 1822, após terminar seus estudos em Yverdon, na Suiça.

Rue de Sévres: onde Kardec fundou o Instituto Técnico Rivail, localizado no edifício de número 35, o qual funcionou de 1826 a 1834. Chegou a residir no Instituto junto com sua esposa.

Rue des Martyrs: Kardec e sua esposa residiram nessa rua no prédio de número 8. Foi nesse local que ele escreveu sua primeira obra espírita "O livros dos espíritos", em 1857. Realizava reuniões em seu apartamento, onde compareciam em torno de 20 pessoas.


Rue Tiquetone: onde residia a Sra. Japhet, sonâmbula. Kardec a consultou quando teve problemas na visão, tendo ficado quase cego.

Rue de la Grange-Bateliére: onde residia a Sra. Painemaison, que realizava reuniões com as "mesas girantes" em sua residência. Foi aí que Kardec assistiu, pela primeira vez, a uma reunião de manifestações de espíritos.

Rue Rochechouart: onde residia a família Baudin, sendo médiuns as meninas Caroline e Julie Baudin, com 16 e 14 anos. Foi aí que Kardec começou a organizar as informações reveladas pelos espíritos durante as reuniões.

Palais Royal: No dia 1 de abril de 1858, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que realizou suas atividades durante dois anos, provisoriamente, nas galeiras Valois e Montpensier, localizadas nos prédios do Palais Royal.


Rue Sainte Anne: Kardec transferiu a sede da SPEE para essa rua, na Passagem Saint Anne, localizada no número 59, a partir de 1860. Também passou a residir nesse local, para onde transferiu também o escritório da "Revista Espírita".

Rue de Lille: Local para onde foi transferida a Livraria Espírita e o escritório da Revista Espírita, em 1869. Essa rua é uma das laterais do famoso Museu D'Orsay. Kardec desencarnou enquanto fazia as arrumações para a mudança, no dia 31 de março do mesmo ano.

Villa de Ségur, na Avenida Ségur: nesse local, situado atrás do Museu dos Inválidos, Kardec havia adquirido uma área de 2600 m², com o objetivo de transferir sua residência para essa região. Divida seu tempo entre as atividades na Passage Sainte Anne e a residência em Segur. Foi aí que ele escreveu sua quinta obra, "A Gênese".


Prezado irmão: tudo o que se relacionava a Kardec, na França, foi transferido para o Brasil no final do século XIX, por doação, à Federação Espírita Brasileira, através do Dr. Bezerra de Menezes, na época presidente de FEB. A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, bem como a Livraria Espírita, encerram suas atividades com a morte da esposa de Kardec. Você poderá encontrar endereços de grupos espíritas na França no link http://www.port.ceeak.ch/links/links_na_europa/centros_na_franca/index.html
Muita paz a você e agradecemos por seu interesse e carinho.
Olá Amigos, segue link com endereços de Centro Espíritas pelo mundo.

http://www.cefamiami.com/centros/index.html


sábado, 18 de março de 2017

Remuneração Espiritual

REMUNERAÇÃO ESPIRITUAL*

Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.”
Paulo – Timóteo, 2:6

Além do salário amoedado o trabalho se faz invariavelmente, seguido de remuneração espiritual respectiva, da qual salientamos alguns dos itens mais significativos: 

acende a luz da experiência; 
ensina-nos a conhecer as dificuldades e problemas do próximo, induzindo-nos, por isso mesmo, a respeitá-lo; 
promove a auto-educação; 
desenvolve a criatividade e a noção de valor do tempo; 
imuniza contra os perigos da aventura e do tédio; 
estabelece apreço em nosso área de ação; 
dilata o entendimento; 
amplia-nos o campo das relações afetivas; 
atrai simpatia e colaboração; 
extingue, a pouco e pouco, as tendências inferiores que ainda estejamos trazendo de existências passadas.

Quando o trabalho, no entanto, se transforma em prazer de servir, surge o ponto mais importante da remuneração espiritual: toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado.

E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado algum beneficio aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as penalidades em que estejamos incursos ou suprindo-as, de todo, se já tivermos resgatado em amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranqüilidade em nós mesmos.

Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão sempre apoio constante e promoção à Vida Melhor.

Francisco Cândido Xavier –


Fonte - Livro: “Perante Jesus” - Edição IDEAL

*=grifos nossos

Contentar-se

Contentar-se


Não digo isto por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
- Paulo. (Filipenses, 4:11.)

A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas da Terra.


A vida simples, condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens. Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além do seu acanhado âmbito de origem.
Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o “pão de cada dia”, como símbolo das aquisições indispensáveis.


O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias. Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido para a evolução própria e atira-se a aventuras de consequências imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.


Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo, examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da Verdade divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o que possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.


Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado para ti?


Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Questão 660 do Livro dos Espíritos

660. A prece torna melhor o homem?

“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”

a) - Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?

“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A
ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.”





Fonte: KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 76ª ed. 1944. FEB.

Terra proveitosa

Terra proveitosa*

Por que a Terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a benção de Deus
- Paulo. (Hebreus, 6:7.)


Os discípulos do Cristo encontrarão sempre grandes lições, em contato com o livro da Natureza.

O convertido de Damasco refere-se à terra proveitosa que produz abundantemente, embebendo-se da chuva que cai, incessante, na sua superfície, representando o vaso predileto de recepção das bênçãos de Deus.

Transportemos o símbolo ao país dos corações.

Somente aqueles espíritos, atentos aos benefícios espirituais, que chovem diariamente do céu, são suscetíveis de produzir as utilidades do serviço divino, guardando as bênçãos do Senhor.

Não que o Pai estabeleça prerrogativas injustificáveis. Sua proteção misericordiosa estende-se a todos, indistintamente, mas nem todos a recebem,  isto é, inúmeras criaturas se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o coração em sombras densas.

Deus dá em todo o tempo, mas nem sempre os filhos recebem, de pronto, as dádivas paternais. Apenas os corações que se abrem à luz espiritual, que se deixam embeber pelo orvalho divino, correspondem ao ideal do Lavrador celeste.

O Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as criaturas. No planeta terreno, Jesus é o sublime Cultivador. O coração humano é a terra.

Cumpre-nos, portanto, compreender que não se lavra o solo sem retificá-lo ou feri-lo e que somente a terra tratada produzirá erva proveitosa, alimentando e beneficiando na Casa de Deus, atendendo, destarte, a esperança do horticultor.   


*=grifos nosssos


Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

quinta-feira, 16 de março de 2017

A mágoa

A mágoa

Há muitos anos o Chico possuía um cachorro, que não sei ao certo se nasceu deficiente ou se foi atropelado.

Este anima lhe dava um trabalho muito grande. Madrugada, quando regressava do Centro Espírita, tinha que limpar todo o quarto.

Comprava, com seu diminuto ordenado, uma coberta que não chegava a durar um mês.

Assim foi durante muito tempo.

Certo dia, quando ele chegou o cachorro estava morrendo.

- Parecia que ele estava me esperando. Olhou-me demoradamente de uma maneira muito terna, fez um gesto com a cauda e morreu. Enterramo-lo no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.

Passaram-se alguns meses e uma de suas irmãs lhe disse:

- Chico, você se lembra daquele cachorro aleijado?

- Sim, como poderia esquecê-lo?

- Olha, vou lhe contar uma coisa. Ele não morreu naturalmente não. Dona Fulana tinha pena de você chegar de madrugada e ter tanto trabalho e, querendo aliviá-lo, deu a ele um veneno.

- Ah! Meu Deus, não me diga uma coisa dessas.

- É verdade, Chico.

Ele não sentiu raiva pela pessoa (naquele coração, não há lugar para isso), mas uma tristeza invadiu-lhe a alma e uma sombra começou a envolver-lhe o coração.

Passado alguns dias o Espírito Emmanuel lhe disse:

- Esta mágoa que você alisa no coração esta atrapalhando o trabalho dos Bons Espíritos. Você precisa se livrar dela.

- Não consigo esquecer, disse-lhe o Chico.

- Mas é preciso.

- Como fazer?

- Você precisa dar uma grande alegria a ela.

- Eu, dar uma alegria a ela? O ofendido fui eu!

- A receita não é minha. É de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Fazei bem aos que vos aborrecem”. Leia o Evangelho.

Obediente e resignado, Chico procurou descobrir o que a pessoa gostaria de ter e ainda não tinha.

Era uma máquina de costura.

Chico comprou, então, uma máquina de costura para pagar em longas prestações.

Quando foi visitá-la, a pessoa estava tão feliz, tão feliz e quando viu o Chico chegando, correu para  ele e lhe deu um abraço com tanto amor que uma luz se desprendeu dela e envolveu o Chico da cabeça aos pés. Quando ela o soltou do abraço, a sombra havia desaparecido.

Eis aí uma receita para quem comete a imprudência de carregar a mágoa no coração.



Fonte:
Livro Chico, de Francisco. Adelino da Silveira. – São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. 159 p.