quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A Mágoa

A mágoa

Há muitos anos o Chico possuía um cachorro, que não sei ao certo se nasceu deficiente ou se foi atropelado.

Este animal lhe dava um trabalho muito grande. Madrugada, quando regressava do Centro Espírita, tinha que limpar todo o quarto.

Comprava, com seu diminuto ordenado, uma coberta que não chegava a durar um mês.

Assim foi durante muito tempo.

Certo dia, quando ele chegou o cachorro estava morrendo.

- Parecia que ele estava me esperando. Olhou-me demoradamente de uma maneira muito terna, fez um gesto com a cauda e morreu. Enterramo-lo no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.

Passaram-se alguns meses e uma de suas irmãs lhe disse:

- Chico, você se lembra daquele cachorro aleijado?

- Sim, como poderia esquecê-lo?

- Olha, vou lhe contar uma coisa. Ele não morreu naturalmente não. Dona Fulana tinha pena de você chegar de madrugada e ter tanto trabalho e, querendo aliviá-lo, deu a ele um veneno.

- Ah! Meu Deus, não me diga uma coisa dessas.

- É verdade, Chico.

Ele não sentiu raiva pela pessoa (naquele coração, não há lugar para isso), mas uma tristeza invadiu-lhe a alma e uma sombra começou a envolver-lhe o coração.

Passado alguns dias o Espírito Emmanuel lhe disse:

- Esta mágoa que você alisa no coração esta atrapalhando o trabalho dos Bons Espíritos. Você precisa se livrar dela.

- Não consigo esquecer, disse-lhe o Chico.

- Mas é preciso.

- Como fazer?

- Você precisa dar uma grande alegria a ela.

- Eu, dar uma alegria a ela? O ofendido fui eu!

- A receita não é minha. É de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Fazei bem aos que vos aborrecem”. Leia o Evangelho.

Obediente e resignado, Chico procurou descobrir o que a pessoa gostaria de ter e ainda não tinha.

Era uma máquina de costura.

Chico comprou, então, uma máquina de costura para pagar em longas prestações.

Quando foi visitá-la, a pessoa estava tão feliz, tão feliz e quando viu o Chico chegando, correu para  ele e lhe deu um abraço com tanto amor que uma luz se desprendeu dela e envolveu o Chico da cabeça aos pés. Quando ela o soltou do abraço, a sombra havia desaparecido.

Eis aí uma receita para quem comete a imprudência de carregar a mágoa no coração.



Fonte:

Livro Chico, de Francisco. Adelino da Silveira. – São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. 159 p. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Crítica e serviço

Crítica e serviço

Se muitos companheiros estão vigiando os teus gestos procurando o ponto fraco para te criticarem, outros muitos estão fixando ansiosamente o caminho em que surgirás, conduzindo até eles a migalha do socorro de que necessitam para sobreviver.

É impossível não saibas quais deles formam o grupo de trabalho em que Jesus te espera.
Emmanuel

Médium: Francisco Cândido Xavier

Do livro: “Hora Certa” – Edição GEEM

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Ave-Maria

Espírito: Auta de Souza
Psicografia: Francisco Candido Xavier



Ave Maria

Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!

Cheia de graça e bondade
É por vós que conhecemos
A eterna revelação
Da vida em seus dons  supremos.

O Senhor sempre é convosco
Mensageira da ternura,
Providência dos que choram
Nas sombras da desventura.

 Bendita sois vós, Rainha!
Estrela da Humanidade.
Rosa mística da fé,
Lírio puro da humildade!

Entre as mulheres sois vós
A Mãe das mães desvalidas,
Nossa porta de esperança,
E Anjo de nossas vidas!

Bendito o fruto imortal
Da vossa missão de luz,
Desde a paz da Manjedoura,
Às dores, além da Cruz.

Assim seja para sempre,
Oh! Divina Soberana,
Refúgio dos que padecem
Nas dores da luta humana.

Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!



Fonte:

Parnaso de além-túmulo: (poesias mediúnicas): [psicografado por] – Francisco Cândido Xavier – 19. Ed. – 2ª reimpressão – Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. 704 p.  

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Pretensões

Pretensões*

Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. – Paulo. (I Coríntios, 3:6.)

A igreja de Corinto estava cheia de alegações dos discípulos inquietos.

Certos componentes da instituição imprimiam maior valor aos esforços de Paulo, enquanto outros conferiam privilégios de edificação a Apolo.

O advogado dos gentios foi divinamente inspirado, comentando o assunto em sua carta.

Por que pretensões individuais numa obra da qual somos todos os beneficiários do mesmo Senhor?

Na atualidade, é louvável o exame da recomendação de Paulo aos coríntios, porquanto já não são os usufrutuários da organização cristã que se rejubilam pela recepção das bênçãos do Evangelho por intermédio desse ou daquele dos trabalhadores do Cristo, mas os operários da causa que, por vezes, chegam ao campo de serviço exibindo-se por vultos destacados dessa ou daquela obra do bem.

A certeza de que “toda boa dádiva vem de Deus” constitui excelente exercício para os trabalhadores comuns.

É interessante observar como está sempre o homem a se apropriar de circunstâncias que o elevem no alheio conceito com facilidade. Sempre inclinado a destacar-se nos círculos do bem que ainda não pertence de modo substancial, raramente assume a paternidade dos erros que comete. Essa é uma das singulares contradições da criatura.

Não te esqueças. O serviço é de todos. Uns plantam, outros adubam. Vive contente no setor de trabalho confiado às tuas mãos ou à tua inteligência e serve sem pretensões, porque o homem prepara a terra e organiza a semeadura, por misericórdia da Providência, mas é Deus quem põe as flores nas frondes e concede os frutos, segundo o merecimento.  


*= grifos nossos.


Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Façamos nossa luz

Façamos nossa luz*

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens. – Jesus. (Mateus 5:16)

Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo que nos agitamos, na Crosta planetária, é limitado círculo de ação.

Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar.

A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade.

A angústia de nosso plano procede da sombra.

A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições, pessoas. Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e sentimentos.

Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.

É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.  

É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos sejam própria, padeceremos constante ameaça de queda. Os proprietários das lâmpadas acesas podem se afastar de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.

Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa!...

O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos.

Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de autoeducação, de conversão substancial do “eu” ao Reino de Deus.

Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exornem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...

Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.

Todavia, avançar sem luz é impossível.  


*=grifos nossos


Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

sábado, 19 de agosto de 2017

A videira

A videira*

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. – Jesus. (João, 15:1.)


Deus é o Criador Eterno cujos desígnios permanecem insondáveis a nós outros. Pelo seu amor desvelado criam-se todos os seres, por sua sabedoria movem-se os mundos no Ilimitado.

Pequena e obscura, a Terra não pode perscrutar a Grandeza Divina. O Pai, entretanto, envolve-nos a todos nas vibrações de sua bondade gloriosa.

Ele é a alma de tudo, a essência do Universo.

Permanecemos no campo terrestre, de que Ele é dono e supremo dispensador.

No entanto, para que lhe sintamos a presença em nossa compreensão limitada, concedeu-nos Jesus como a vossa personificação máxima.

Útil seria que o homem observasse no planeta a sua imensa escola de trabalho; e todos nós, perante a grandeza universal, devemos reconhecer a nossa condição de seres humildes, necessitados de aprimoramentos e iluminação.

Dentro de nossa pequenez, sucumbiríamos de fome espiritual, estacionados na sombra da ignorância, não fosse essa videira da verdade de que o amor que o Supremo Senhor nos concedeu em Jesus Cristo. De sua seiva divina procedem todas as nossas realizações elevadas, nos serviços da Terra. Alimentados por essa fonte sublime, compete-nos reconhecer que, sem o Cristo, as organizações do mundo se perderiam por falta de base. Nele encontramos o pão vivo das almas e, desde o princípio, o seu amor infinito no orbe terrestre é o fundamento divino de todas as verdades da vida.


*= grifos nossos.

Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A lição dos chuchus

A lição dos chuchus

Dona Maria pena, que era viúva do Raimundo, irmão do Chico, julgava que este era um mão aberta...

Não era muito crente do dar sem receber. E, certa manhã, em que, sobremodo, sentia a missão do Médium, que muito estimava, disse-lhe:

- Chico, não acredito muito nas suas teorias de servir, de ajudar, de dar e dar sempre, sem uma recompensa. Não vejo nada que você recebe em troca do que faz, do que dá, do que realiza...

- Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus abençoa. E, sempre que distribuímos, que damos com a direita sem a esquerda ver, fazermos uma boa ação e, mais cedo ou mais tarde, receberemos a resposta do Pai. Pode crer que quem faz o bem, além de viver n o bem, colhe o bem.

- Então, vamos experimentar. Tenho aqui dois chuchus. Se alguém aqui aparecer, vou lhos dar e quero ver se, depois, recebo outros dois...

Ainda bem não acabara de falar, quando a vizinha do lado esquerdo, pelo muro, chama:

- Dona Maria, pode me dar ou emprestar uns dois chuchus?

- Pois não, minha amiga, aqui os tem, faça deles um bom guisado.

Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a vizinha do lado direito, também pelo muro, ofereceu quatro chuchus a Dona Maria.

Meia hora depois, a vizinha dos fundos pede a Dona Maria uns chuchus e esta a presenteia com os quatro que ganhara.

A vizinha da frente, quase em seguida, sem que soubesse o que acontecia, oferece à cunhada do nosso querido Médium, oito chuchus.

Por fim, já sentindo a lição e agindo seriamente, Dona Maria é visitada por uma amiga de poucos recursos econômicos.

Demora-se um pouco, o tempo bastante para desabafar sua pobreza.

À saída, recebe, com outros mantimentos, os oito chuchus...

E Dona Maria diz para o Chico:
- Agora quero ver se ganho dezesseis chuchus, era só o que faltava para completar essa brincadeira...

Já era tarde.

Estava na hora de regressar ao serviço e Chico partiu, tendo antes enviado à prezada irmã um  sorriso amigo e confiante, como a dizer-lhe:  - “Espere e verá”.

Aí pelas dezoito horas, regressou o Chico à casa.

Nada havia sucedido com relação aos chuchus...

Dona Maria olhava para o Chico com ar de quem queria dizer: “Ganhei ou não?...” 

Às vinte horas, todos na sala, juntamente com o Chico, conversam e nem se lembram mais do caso dos chuchus, quando alguém bate à porta.

Dona Maria atende.

Era um senhor idoso, residente na roça.

Trazia no seu burrinho uns pequenos presentes para Dona Maria, em retribuição às refeições que sempre lhe dá, quando vem à cidade.

Colocou à porta um pequeno saco.

Dona Maria abre-o nervosa e curiosamente.

Estava repleto de chuchus...

Contou-os: sessenta e quatro: Oito vezes mais do que havia, ultimamente, dado...

Era demais...

A graça, em forma de lição, excedia à expectativa, era mais do que esperava.

E, daí por diante, Dona Maria compreendeu que aquele que dá recebe sempre mais.

Fonte:

Lindos casos de Chico Xavier. Ramiro Gama. Ilustrações de Miranda Junior – 19ª edição – São Paulo, LAKE – 2000.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Morrer diário

Morrer diário*

No capítulo 3º do livro O homem integral, do Espírito Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, entitulado A busca da realidade, no subitem A religião e a religiosidade, a Benfeitora esclarece o morrer diário...

(...)

Afirmou um monge medieval que todo aquele que “vive morrendo, quando morre não morre”, porque o desapego, o despojar das paixões em cada morrer diário, liberta-o, desde já, até que, quando advém a morte, ele se encontra perfeitamente livre, portanto, não morto, equivalente a vivo(...) 


É interessante este morrer diário, pois que, este desapegar não é fácil. 

Tanto dos bens materiais quanto das paixões infelizes.

Mas a proposta é justamente esta. 

A cada dia, se ao final do dia, conseguimos avançar um pouquinho, nem que seja um átomo, vai ter valido a pena.

Fica esta mensagem da Joanna.



*=grifos nossos


Fonte:


O homem integral / pelo Espírito Joanna de Angelis; [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. – 17 ed. – 1 imp. – Salvador; LEAL, 2004. 158 p.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Deus sabe

Deus sabe

Deus conhece, em verdade,
Todos os sofredores.

Não acuses ninguém
Pela dor que há nas ruas.

Não agraves a luta
Das crianças sem lar.

Não faças julgamento
De supostos culpados.

O que o Céu quer saber
É o que fazes no bem.

Não condenes, ampara,
Deus acredita em ti.

Emmanuel

Médium: Francisco Cândido Xavier

Do livro: “Tocando o barco” – Edição IDEAL 

domingo, 13 de agosto de 2017

José da Galiléia

José da Galiléia*


“E projetando ele isto, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: - José, filho de David, não temas receber a Maria”. (Mateus, 1:20)

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atentemos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somente os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.

É preciso, porem, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.

José da Galiléia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.

Já pensaste no Cristianismo sem ele?

Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.

Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.

Não obstante contemplar a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.

O mundo não tem outras notícias de suas atividades e não aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho.

Sem qualquer situação de evidência, deu a Jesus tudo quanto podia dar.

A ele deve o Cristianismo a porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do Divino Silêncio de Deus.



*= grifos nossos

Fonte:


Levantar e Seguir / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. GEEM.

sábado, 12 de agosto de 2017

Purificação íntima

Purificação íntima*

Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. (Tiago, 4:8.)

Cada homem tem a sua vida exterior conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele poderá fornecer o testemunho.

O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.

Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.

Mas o trabalho de purificar não e tão simples quanto parece.

Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes... Outra coisa, porém, é realizar a obra de elevação de si mesmo, valendo-se da autodisciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos limparem as mãos, isto é, retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido do aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos

O companheiro valoroso do Cristo, contudo,  não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão somente à custa de palavras brilhantes.  

*=Grifos nossos
  
Fonte:

Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Fica sempre

Fica Sempre
Alberto Costa
 

Fica sempre, um pouco de perfume
nas mãos que oferecem rosas
nas mãos que sabem ser generosas

Dar do pouco que se tem
ao que tem menos ainda
enriquece o doador,
faz sua alma ainda mais linda

Dar ao próximo alegria,
parece coisa tão singela
aos olhos de Deus, porém,
é das artes a mais bela

https://www.letras.mus.br/alberto-costa/1822062/

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Conheça o Espiritismo

Conheça o Espiritismo

Deus: Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas.

Jesus: Guia e modelo

Kardec: Base Espírita

“Fora da caridade não há salvação”

Caridade: benevolência para com todos, indulgencia para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. (L.E. 886.)

Doutrina Espírita ou Espiritismo

O que é?

- É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo O Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

- “O Espiritismo é uma Ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” (KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. Preâmbulo.) 

- “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”. (KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. VI, item 4.)

O que revela?

- Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do universo, dos homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

- Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objeto da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

Sua abrangência

- Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da humanidade.

- Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional e social.

Seus ensinos fundamentais

- “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

- O universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

- Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

- No Universo, há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

- Todas as leis da natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

- O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

- Os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

- Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectualmente e moralmente, passando de uma ordem interior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

- Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

- Os Espíritos tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

- Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

- Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos puros, que atingiram a perfeição máxima; bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

- As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

- Jesus é o guia e modelo para toda a humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

- A moral do Cristo contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade.

- O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

- A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

- A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a ideia da existência do Criador.

- A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

Prática Espírita

- Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Daí de graça o que de graça recebestes”. (Cap. 26 do E.S.E.)

- A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

- O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota, nem usa em suas reuniões e sem suas práticas, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgencia, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

- O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los.

- A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinaria de vida que adotem.

- Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

- O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.

“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.

O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.

Conheça os LIVROS DA CODIFICAÇÃO – Conjunto de ensinamentos transmitidos por Espíritos superiores, organizados e comentados por Allan Kardec.


Fonte: FEB

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Fidelidade a Jesus e a Kardec

FIDELIDADE A JESUS E A KARDEC

O Dr. Elias Barbosa, em seu livro “No Mundo de Chico Xavier”. 5ª edição, IDE, página 69, fez a seguinte pergunta ao Chico:

- Emmanuel já fez para você alguma referência especial sobre Allan Kardec?

- LEMBRO-ME de que, num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e a s lições de Allan Kardec e disse mais que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.

Fonte:

Livro: Chico, de Francisco. Adelino da Silveira. – São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. 159 p.