sábado, 31 de março de 2018

Vê e segue

Vê e Segue*

Uma coisa eu sei: eu era cego e agora vejo. (João, 9:25.)

            Apesar de o trabalho renovador do Evangelho, nos círculos da consolação e da pregação, desdobrar-se, diante das massas, semeando milagres de reconforto na alma do povo, o serviço sutil e quase desconhecido do aproveitamento da Boa-Nova é sempre individual e intransferível.

            Os aprendizes da vida cristã, na atividade vulgar do caminho, desfrutam do conceito de normalidade, mas se não gozam de vantagens observáveis no imediatismo da experiência humana, quais sejam as da consolação, do estímulo ou da propriedade material, de maneira a gravarem o ensinamento vivo de Jesus, nas próprias vidas, passam à categoria de pessoas estranhas, muita vez ante os próprios companheiros de ministério.

            Chegado a semelhante posição, e se sabe aproveitar a sublime oportunidade pela submissão e diligência, o discípulo experimenta completa transposição de plano.   

            Modifica a tabela de valores que o rodeiam.

            Sabe onde se ocultam os fundamentos eternos.

            Descortina esferas novas de luta, por meio da visão interior que outros não compreendem.

            Descobre diferentes motivos de elevação, por intermédio do sacrifício pessoal, e identifica fontes mais altas de incentivo ao esforço próprio.

            Em vista disso, frequentemente provoca discussões acesas, com respeito com à atitude que adota à frente de Jesus.

            Por ver, com mais clareza, as instruções reveladas pelo Mestre, é tido à conta de fanático ou retrógrado, idiota ou louco.

            Se, porém, procuras efetivamente a redenção com o Senhor, prossegue seguro de ti mesmo; repara, sem aflição e sem desânimo, as contendas que a ação genuína de Jesus em ti recebe de corações incompreensíveis e estacionários, repete as palavras do cego que alcançou a visão e segue para diante.


*= grifos nossos
  
Fonte:

Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 37 ed. – 2 imp. – Brasília; FEB, 2016. 517 p.

terça-feira, 27 de março de 2018

O que é ter Fé

O que é ter Fé*

O Espírito Emmanuel esclarece, no livro O consolador, psicografia de Chico Xavier, qual o significado do que é ter Fé.

354. Poder-se-á definir o que é ter fé?

Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou a crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
  
       Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: “eu creio”, mas afirmar: “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em nenhuma circunstancia da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido

         Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a Luz divina no coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo do Espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor”.

*= grifos nossos

Fonte:

O consolador / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 4. imp. – Brasília; FEB, 2016. 305 p.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Remuneração Espiritual

REMUNERAÇÃO ESPIRITUAL

O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.”
Paulo – Timóteo, 2:6

Além do salário amoedado o trabalho se faz invariavelmente, seguido de remuneração espiritual respectiva, da qual salientamos alguns dos itens mais significativos: acende a luz da experiência; ensina-nos a conhecer as dificuldades e problemas do próximo, induzindo-nos, por isso mesmo, a respeitá-lo; promove a auto-educação; desenvolve a criatividade e a noção de valor do tempo; imuniza contra os perigos da aventura e do tédio; estabelece apreço em nosso área de ação; dilata o entendimento; amplia-nos o campo das relações afetivas; atrai simpatia e colaboração; extingue, a pouco e pouco, as tendências inferiores que ainda estejamos trazendo de existências passadas.

Quando o trabalho, no entanto, se transforma em prazer de servir, surge o ponto mais importante da remuneração espiritual: toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado.

E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado algum beneficio aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as penalidades em que estejamos incursos ou suprindo-as, de todo, se já tivermos resgatado em amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranqüilidade em nós mesmos.

Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão sempre apoio constante e promoção à Vida Melhor.

Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Fonte - Livro: “Perante Jesus” - Edição IDEAL

quinta-feira, 22 de março de 2018

No Bosque das Águas

Capítulo 10 do Livro Nosso Lar

No Bosque das Águas*
              
              Dado o meu interesse crescente pelos processos de alimentação, Lísias convidou:
            - Vamos ao grande reservatório da colônia. Lá observará coisas interessantes. Verá que a água é quase tudo em nossa estância de transição.
            Curiosíssimo, acompanhei o enfermeiro sem vacilar.
            Chegados a extenso ângulo da praça, o generoso amigo acrescentou:
            - Esperemos o aeróbus5.
            Mal me refazia da surpresa, quando surgiu grande carro, suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos e repleto de passageiros. Ao descer até nós, à maneira de um elevador terrestre, examinei-o com atenção. Não era máquina conhecida na Terra. Constituída de material muito flexível, tinha enorme comprimento, parecendo ligada a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas na tolda. Mais tarde, confirmei minhas suposições, visitando as grandes oficinas do Serviço de Trânsito e Transporte.
            Lísias não me deu tempo a indagações. Aboletados convenientemente no recinto confortável, seguimos silenciosos. Experimentava a timidez natural do homem desambientado entre desconhecidos. A velocidade era tanta que não permitia fixar os detalhes das construções escalonadas no extenso percurso. A distância não era pequena, porque só depois de quarenta minutos, incluindo ligeiras paradas de três em três quilômetros, me convidou Lísias a descer, sorridente e calmo.       
            Deslumbrou-me o panorama de belezas sublimes. O bosque, em floração maravilhosa, embalsamava o vento fresco de inebriante perfume. Tudo em prodígio de cores e luzes cariciosas. Entre margens bordadas de gramas viçosas, toda esmaltada de azulíneas flores, deslizava um rio de grandes proporções. A corrente rolava tranqüila, mas tão cristalina que parecia tonalizada em matiz celeste, em vista dos reflexos do firmamento. Estradas largas cortavam a verdura da paisagem. Plantadas a espaços regulares, árvores frondosas ofereciam sombra amiga, à maneira de pousos deliciosos, na claridade do sol confortador. Bancos de caprichosos formatos convidavam ao descanso.   
            Notando o meu deslumbramento, Lísias explicou:
            - Estamos no Bosque das Águas. Temos aqui uma das mais belas regiões do Nosso Lar. Trata-se de um dos locais prediletos para as excursões dos amantes, que aqui vêm tecer as mais lindas promessas de amor e fidelidade para as experiências da Terra.
        A observação ensejava considerações interessantes, mas Lísias não deu azo a perguntas nesse particular. Indicando um edifício de enormes proporções, esclareceu:
            - Ali é o grande reservatório da colônia. Todo o volume do Rio Azul, que temos à vista, é absorvido em caixas imensas de distribuição. As águas que servem a todas as atividades da colônia partem daqui. Em seguida, reúnem-se novamente, abaixo dos serviços da Regeneração, e voltam a constituir o rio, que prossegue o curso normal, rumo ao grande oceano de substâncias invisíveis para a Terra
            Percebendo-me a indagação íntima, acrescentou:
            - Com efeito, a água aqui tem outra densidade. Muito mais tênue, pura, quase fluídica.
            Notando as magníficas construções que me fronteavam, interroguei:
            - A que Ministério está afeto o serviço de distribuição?
            - Imagine – elucidou Lísias – que este é um dos raros serviços materiais do Ministério da União Divina.
            - Que diz? – perguntei, ignorando como conciliar uma e outra coisa.
            O visitador sorriu e obtemperou prazenteiro:
            - Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. Em Nosso Lar, contudo, outros são os conhecimentos. Nos círculos religiosos do planeta, ensinam que o Senhor criou as águas. Ora, é lógico que todo serviço criado precisa de energia e braços para ser convenientemente mantido. Nesta cidade espiritual, aprendemos a agradecer ao Pai e aos seus divinos colaboradores semelhante dádiva. Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio. Há repartições no Ministério do Auxílio absolutamente consagradas à manipulação de água pura, com certos princípios suscetíveis de serem captados pela luz do Sol e no magnetismo espiritual. Na maioria das regiões da extensa colônia, o sistema de alimentação tem aí suas bases. Acontece, porém, que só os Ministros da União Divina são detentores do maior padrão de Espiritualidade superior, entre nós, e cabe a eles a magnetização geral das águas do Rio Azul, a fim de que sirvam a todos os habitantes de Nosso Lar, com a pureza imprescindível. Fazem eles o serviço inicial de limpeza, e os institutos realizam trabalhos específicos, no suprimento de substâncias alimentares e curativas. Quando os diversos fios da corrente se reúnem de novo, no ponto longínquo, oposto a este bosque, ausenta-se o rio de nossa zona, conduzindo em seu seio nossas qualidades espirituais.           
            Eu estava embevecido com as explicações.
            No planeta – objetei -, jamais recebi elucidações desta natureza.
            - O homem é desatento, há muitos séculos – tornou Lísias -; o mar equilibra-lhe a moradia planetária, o elemento aquoso fornece-lhe o corpo físico, a chuva dá-lhe o pão, o rio organiza-lhe a cidade, a presença da água oferece-lhe a benção do lar e do serviço; entretanto, ele sempre se julga o absoluto dominador do mundo, esquecendo que é filho do Altíssimo, antes de qualquer consideração. Virá tempo, contudo, que copiará nossos serviços, encarecendo a importância dessa dádiva do Senhor. Compreenderá, então, que a água, como fluido criador, absorve, em cada lar, as características mentais de seus moradores. A água, no mundo, meu amigo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. Será nociva nas mãos perversas, útil nas mãos generosas e, quando em movimento, sua corrente não só espalhará benção de vida, mas constituirá igualmente um veículo da Providência divina, absorvendo amarguras, ódios e ansiedades dos homens, lavando-lhes a casa material e purificando-lhes a esfera íntima.
            Calou-se o interlocutor em atitude reverente, enquanto os meus olhos fixaram a corrente tranqüila a despertar-me sublimes pensamentos.      

*= grifos nossos.

5 N.E.: Carro aéreo, que seria na Terra um grande funicular.

Fonte:


Nosso Lar / pelo Espírito André Luiz; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 64 ed. – 6. imp. – Brasília; FEB, 2016. 319 p.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Amparo à Criança

Amparo à Criança*

Se nos propomos a edificar o futuro com o CRISTO de DEUS É NECESSÁRIO AUXILIAR A CRIANÇA.

SE DESEJAMOS SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DO MUNDO, DE MANEIRA DEFINITIVA, É INDISPENSÁVEL AJUDAR A CRIANÇA.

Se buscamos sustentar a dignidade humana, abolindo a perturbação e imunizando o povo contra as calamidades da delinqüência, é preciso proteger a criança.

Se anelamos a construção da Era Nova, na qual as criaturas entrelacem as mãos na verdadeira fraternidade, em bases de serviço e sublimação espiritual, é imprescindível socorrer a criança.

Entretanto convenhamos que os grandes malfeitores da Terra, os fazedores de guerras e os verdugos das nações, via de regra foram crianças primorosamente resguardadas contra quaisquer provações na infância.

E ainda hoje os jovens transviados habitualmente procedem de climas domésticos em que a abastança material não lhes proporcionou ensejo a qualquer disciplina, pelo conforto excessivo.

Urge, pois, não só amparar a criança, mas educar a criança e induzi-la ao esforço de construção do mundo melhor.

BATUÍRA

Médium: Francisco Cândido Xavier
Do livro: MAIS LUZ

Edição: GEEM

domingo, 18 de março de 2018

Joio

Joio*

Deixai crescer ambos até a ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar. - Jesus. (Mateus, 13:30.)

         Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância terrestre, no quadro das experiências da vida.

         O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.

         Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador divino, mas sim porque o otimismo do celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.

         O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa. Tarefas espantosas mobilizam falanges heróicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.

         Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia.

         O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas e estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falam ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.    

         A colheita não é igual para todas as sementes da Terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua estação.

         Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem em razão de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas e inúteis. E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.
    

*= grifos nossos.


Fonte:


Vinha de luz / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 28 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 445 p.

sábado, 17 de março de 2018

Homenagem a Kardec

Homenagem a Kardec

"Trouxeste, Allan Kardec, à longa noite humana,

O Cristo em nova luz - revivescida aurora! -

E onde estejas serás, eternidade afora,

A verdade sublime, em que o mundo se irmana.

Em teu verbo solar, a justiça se ufana

De aclarar, consolando, o coração que chora,

A fé brilha, o bem salva, a estrada se aprimora

E a vida, além da morte, esplende soberana!...

Escuta a gratidão da Terra... Em toda parte,

A alma do povo freme e canta ao relembrar-te

A presença estelar e a serena vitória.

Gênio, serviste! Herói, exterminaste as trevas!...

Recebe com Jesus, na glória a que te elevas,

Nosso preito de amor nos tributos da História."

Autor: Amaral Ornellas
Psicografia de Francisco Cândido Xavier


Disponível em: < http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=661 > Acesso em 23 dez. 2017.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Mãos que oram


Numa aldeia perto de Nuremberg, na Alemanha, vivia uma família com 18 filhos, um desses filhos era Albrecht Dürer.

A fim de garantir a comida à mesa para aquela multidão, o pai e cabeça do lar, um ourives de profissão, trabalhava quase dezoito horas por dia no seu comércio e ainda fazia qualquer outro trabalho remunerado que pudesse encontrar na vizinhança.

Dürer tinha um irmão, de nome Albert, ambos gostavam de pintura e evidenciavam assinaláveis dotes naturais, que desejavam aperfeiçoar, através do estudo.

A família Dürer, que vivia em Nuremberg, na Alemanha, era contudo, pobre e sem possibilidade de dar estudos aos dois. Então, os irmãos discutiram o assunto entre si e decidiram pelo que acharam ser uma boa solução, aliás a única, que um dedicar-se-ia ao estudo, enquanto o outro ficaria a trabalhar nas minas de carvão, para custear a preparação artística do outro.

Terminados os estudos, o irmão que ganhasse na sorte e a quem coubesse ser o primeiro a estudar, custearia então os estudos do outro. Assim foi feito.

Tiradas as sortes, coube a Albrecht o estudo, enquanto o irmão Albert ao trabalho duro das minas.
Com uma aprendizagem adequada, Albrecht criou trabalhos que lhe deram grande fama e proventos consideráveis, superando os seus mestres. Então, não repudiando o acordo que com Albert fizera, propôs ao irmão que fosse também estudar, que ele, Albrecht, pagaria as despesas. Albert porém, agradeceu ao irmão o respeito pelo compromisso assumido, mas declinou a oferta com a alegação, verdadeira, de que os quatro anos passados nas minas lhe teriam provocado tal artrite que lhe deformara as mãos e o deixara incapaz de cumprir o sonho.

Para ele, era já tarde. No entanto, sentia-se compensado por saber que ajudara o irmão a tornar-se num artista considerado.


Em homenagem a Albert e ao seu sacrifício, Albrecht desenhou-lhe as mãos em postura de oração. São “Die Betenden Hande” – “Mãos que Oram”

domingo, 11 de março de 2018

Medicação pela fé

A medicação pela fé

A moça abatida, num acesso de tosse, chegara ao “Centro Espírita Luiz Gonzaga” com a receita médica.

Estava tuberculosa.

Duas hemoptises já haviam surgido com horrível prenúncio.

O doutor indicara remédios, entretanto...

- Chico, - disse a doente – o médico me atendeu e aconselhou-me a usar esta receita por trinta dias...

Mas, não tenho dinheiro. Você poderia arranjar-me uns cobres?

O Médium respondeu de boa vontade:

- Minha filha, hoje não tenho... E meu pagamento no serviço ainda está longe...

- Que devo fazer? Estou desarvorada...

Chico pensou, pensou, e disse-lhe:

- Você peça à nossa Mãe Santíssima socorro e o socorro não lhe faltará. A que horas você deve fazer a medicação?

- De manhã e à noite.

- Então você corte a receita em sessenta pedacinhos.

- Deixe um copo de água pura na mesa, em sua casa e, no momento de usar o remédio, rogue a proteção de Maria Santíssima. Tome um pedacinho da receita com a água abençoada em memória dela e repetindo isso duas vezes por dia, no horário determinado, sem duvida, pela fé, você terá usado a receita. 

A enferma agradeceu e saiu.

Passado um mês, a moça surgiu no Centro, corada e refeita.

- Oh! É você? – disse o Médium.

- Sim, Chico, sou eu. Pedi o socorro de Nossa Mãe Santíssima. Engoli os pedacinhos do papel da receita e estou perfeitamente boa.

- Então, minha filha, vamos render graças a Deus.

E passaram os dois à oração.


 Fonte:

Lindos casos de Chico Xavier. Ramiro Gama. Ilustrações de Miranda Junior – 19ª edição – São Paulo, LAKE – 2000.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Renova-te sempre

Renova-te sempre*

Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, dia a dia. – Paulo. (II Coríntios, 4:16.)

Cada dia tem a sua lição.

Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde.

Cada problema obedece a determinado objetivo.

Há criaturas que, torturadas por temores contraproducentes, proclamam a inconformação que as possui à frente da enfermidade ou da pobreza, da desilusão ou da velhice.

Não faltam, no quadro da luta cotidiana, os que fogem espetacularmente dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem encontrar.

Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos à perda do veículo de carne para acerto de contas morais com a eternidade.

Ainda que a prova te pareça invencível ou que a dor se te afigure insuperável, não te retires da posição de lidador em que a Providência Divina te colocou.

Recorda que amanhã o dia voltará ao teu campo de trabalho.

Permanece firme no teu campo de serviço, educando o pensamento na aceitação da vontade de Deus.

A moléstia pode ser uma intimação transitória e salutar da Justiça celeste.

A escassez de recursos terrestres é sempre um obstáculo educativo.

O desapontamento recebido com fervorosa coragem é trabalho de seleção do Senhor em nosso benefício.

A senectude do corpo físico é fixação da sabedoria para a felicidade eterna.

Sê otimista e diligente no bem, entre a confiança e a alegria, porque, enquanto o envoltório de carne se corrompe pouca a pouco, a alma imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal.  


*= grifos nossos


Fonte:


Fonte Viva / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.