domingo, 18 de março de 2018

Joio

Joio*

Deixai crescer ambos até a ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar. - Jesus. (Mateus, 13:30.)

         Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância terrestre, no quadro das experiências da vida.

         O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.

         Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador divino, mas sim porque o otimismo do celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.

         O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa. Tarefas espantosas mobilizam falanges heróicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.

         Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia.

         O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas e estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falam ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.    

         A colheita não é igual para todas as sementes da Terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua estação.

         Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem em razão de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas e inúteis. E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.
    

*= grifos nossos.


Fonte:


Vinha de luz / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 28 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 445 p.

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