quinta-feira, 15 de março de 2018

Mãos que oram


Numa aldeia perto de Nuremberg, na Alemanha, vivia uma família com 18 filhos, um desses filhos era Albrecht Dürer.

A fim de garantir a comida à mesa para aquela multidão, o pai e cabeça do lar, um ourives de profissão, trabalhava quase dezoito horas por dia no seu comércio e ainda fazia qualquer outro trabalho remunerado que pudesse encontrar na vizinhança.

Dürer tinha um irmão, de nome Albert, ambos gostavam de pintura e evidenciavam assinaláveis dotes naturais, que desejavam aperfeiçoar, através do estudo.

A família Dürer, que vivia em Nuremberg, na Alemanha, era contudo, pobre e sem possibilidade de dar estudos aos dois. Então, os irmãos discutiram o assunto entre si e decidiram pelo que acharam ser uma boa solução, aliás a única, que um dedicar-se-ia ao estudo, enquanto o outro ficaria a trabalhar nas minas de carvão, para custear a preparação artística do outro.

Terminados os estudos, o irmão que ganhasse na sorte e a quem coubesse ser o primeiro a estudar, custearia então os estudos do outro. Assim foi feito.

Tiradas as sortes, coube a Albrecht o estudo, enquanto o irmão Albert ao trabalho duro das minas.
Com uma aprendizagem adequada, Albrecht criou trabalhos que lhe deram grande fama e proventos consideráveis, superando os seus mestres. Então, não repudiando o acordo que com Albert fizera, propôs ao irmão que fosse também estudar, que ele, Albrecht, pagaria as despesas. Albert porém, agradeceu ao irmão o respeito pelo compromisso assumido, mas declinou a oferta com a alegação, verdadeira, de que os quatro anos passados nas minas lhe teriam provocado tal artrite que lhe deformara as mãos e o deixara incapaz de cumprir o sonho.

Para ele, era já tarde. No entanto, sentia-se compensado por saber que ajudara o irmão a tornar-se num artista considerado.


Em homenagem a Albert e ao seu sacrifício, Albrecht desenhou-lhe as mãos em postura de oração. São “Die Betenden Hande” – “Mãos que Oram”

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