sábado, 5 de maio de 2018

O cego de Jericó

O cego de Jericó*

Dizendo: - Que queres que te faça? – E ele respondeu: - Senhor, que eu veja. (Lucas, 18:41.)
           
O cego de Jericó é uma das grandes figuras do ensinamento evangélico.

Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.

Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:

- Que queres que te faça?

À frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:

- Senhor, que eu veja!

O propósito deste cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias das vida.

Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que  o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.  

Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso que compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta que lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.


*= Grifos nossos

Fonte:


Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.

Nenhum comentário:

Postar um comentário