Cruz e disciplina*
E
constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali
passava, vindo do campo, a que levasse a cruz. – (Marcos,
15:21)
Muitos estudiosos do Cristianismo
combatem as recordações da cruz, alegando que as reminiscências do Calvário
constituem indébita cultura de sofrimento.
Asseveram negativa a lembrança do
Mestre, nas horas da crucificação, entre malfeitores vulgares.
Somos, porém, daqueles que preferem encarar todos os dias do Cristo
por gloriosas jornadas e todos os seus minutos por divinas parcelas de seu
ministério sagrado, ante as necessidades da alma humana.
Cada hora da presença dele entre as
criaturas reveste-se de beleza
particular, e o instante do madeiro afrontoso está repleto de majestade
simbólica.
Vários discípulos tecem comentários
extensos em derredor da cruz do Senhor e costumam examinar com particularidades
teóricas os madeiros imaginários que trazem consigo.
Entretanto, somente haverá tomado a
cruz de redenção que lhe compete aquele que já alcançou o poder de negar a si mesmo, de modo a seguir nos passos do divino
Mestre.
Muita gente confunde disciplina com iluminação espiritual. Apenas depois de
havermos concordado com o jugo suave de Jesus Cristo, podemos alçar aos ombros
a cruz que nos dotará de asas espirituais para a vida eterna.
Contra os argumentos, quase sempre
ociosos, dos que ainda não compreenderam a sublimidade da cruz, vejamos o
exemplo do Cireneu, nos momentos culminantes do Salvador. A cruz do Cristo foi a mais bela do mundo; no entanto, o homem que
o ajuda não o faz por vontade própria, e sim atendendo a requisição irresistível.
E, ainda hoje, a maioria dos homens aceita as obrigações inerentes ao próprio dever,
porque a isso é constrangida.
*= grifos nossos
Fonte:
Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1. ed. 10. imp. - Brasília; FEB, 2016. 407 p.
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