quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Cruz e disciplina

 Cruz e disciplina*

E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz. – (Marcos, 15:21)

Muitos estudiosos do Cristianismo combatem as recordações da cruz, alegando que as reminiscências do Calvário constituem indébita cultura de sofrimento.

 

Asseveram negativa a lembrança do Mestre, nas horas da crucificação, entre malfeitores vulgares.

 

Somos, porém, daqueles que preferem encarar todos os dias do Cristo por gloriosas jornadas e todos os seus minutos por divinas parcelas de seu ministério sagrado, ante as necessidades da alma humana.

 

Cada hora da presença dele entre as criaturas reveste-se de beleza particular, e o instante do madeiro afrontoso está repleto de majestade simbólica.

 

Vários discípulos tecem comentários extensos em derredor da cruz do Senhor e costumam examinar com particularidades teóricas os madeiros imaginários que trazem consigo.

 

Entretanto, somente haverá tomado a cruz de redenção que lhe compete aquele que já alcançou o poder de negar a si mesmo, de modo a seguir nos passos do divino Mestre.

 

Muita gente confunde disciplina com iluminação espiritual. Apenas depois de havermos concordado com o jugo suave de Jesus Cristo, podemos alçar aos ombros a cruz que nos dotará de asas espirituais para a vida eterna.

 

Contra os argumentos, quase sempre ociosos, dos que ainda não compreenderam a sublimidade da cruz, vejamos o exemplo do Cireneu, nos momentos culminantes do Salvador. A cruz do Cristo foi a mais bela do mundo; no entanto, o homem que o ajuda não o faz por vontade própria, e sim atendendo a requisição irresistível. E, ainda hoje, a maioria dos homens aceita as obrigações inerentes ao próprio dever, porque a isso é constrangida.  

  

*= grifos nossos

 

Fonte:

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1. ed. 10. imp. - Brasília; FEB, 2016. 407 p.

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