Inconstantes*
Porque
o que duvida é semelhante à onda do mar; que é levada pelo vento e lançada de
uma para outra parte. (Tiago,
1:6.)
Inegavelmente existe uma dúvida científica
e filosófica no mundo que, alojada em corações leais, constitui precioso
estímulo à posse de grandes e elevadas convicções; entretanto, Tiago refere-se
aqui à inconstância do homem que, procurando receber os benefícios divinos, na
esfera das vantagens particularistas, costuma perseguir variadas situações no
terreno da pesquisa intelectual sem qualquer propósito de confiar nos valores
substanciais da vida.
Quem se preocupa em transpor diversas
portas, em movimento simultâneo, acaba sem atravessar porta alguma.
A
leviandade prejudica as criaturas em todos os caminhos, mormente nas posições de
trabalho, nas enfermidades do corpo e nas relações afetivas.
Para que alguém ajuíze com acerto, com
respeito a determinada experiência, precisa enumerar quantos anos gastou dentro
dela, vivendo-lhe as características.
Necessitamos,
acima de tudo, confiar sinceramente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo,
compreendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma causa que
nos ajude e edifique.
Os
inconstantes permanecem figurados na
onda do mar, absorvida pelo vento e atirada de uma para outra parte.
Quando servires ou quando aguardares as bênçãos
do Alto, não te deixes conduzir pela inquietude doentia. O Pai dispõe de inumeráveis
instrumentos para administrar o bem e é sempre o mesmo Senhor paternal, através
de todos eles. A dádiva chegará, mas depende de ti, da maneira de procederes na
luta construtiva, persistindo ou não na confiança, sem a qual o divino Poder encontra
obstáculos naturais para exprimir-se em teu caminho.
Fonte:
Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido
Xavier. – 1. ed. 10. imp. - Brasília; FEB, 2016. 407 p.