sábado, 12 de dezembro de 2020

O diabo

 O diabo*

Respondeu-lhe Jesus: não vos escolhi a vós, os doze? E um de vós é diabo. - (João, 6:70)

Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.

 

Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera distante, no seio de tormentosas trevas...

 

Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e dolorosas; entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.

 

Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.

 

Satanás simbolizará a força contrária ao bem.

 

Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior.

 

Grandes multidões mergulham em desesperos seculares, porque não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.

 

E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”

 

 

*= grifos nossos

 

 

Fonte:

 

Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 1. ed. 10. imp. - Brasília; FEB, 2016. 407 p.

Nenhum comentário:

Postar um comentário