Tabernáculos eternos*
Também
vos digo: granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas
vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. - Jesus (Lucas, 16:9)
Um homem
despercebido das obrigações espirituais julgará encontrar nesta passagem um
ladrão inteligente comprando o favor de advogados venais, de modo a
reintegrar-se nos títulos honrosas da convenção humana. Todavia, quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos
sinceros e devotados, e, quando menciona as riquezas da injustiça, inclui o
passado total da criatura, com todas as lições dolorosas que o caracterizam.
Assim também, quando se reporta aos tabernáculos eternos, não os localiza em
paços celestiais.
O Mestre situou o tabernáculo
sagrado no coração do homem.
Mais que ninguém, o
Salvador identificava-nos as imperfeições e, evidenciando imensa piedade, ante as deficiências que nos assinalam o espírito,
proferiu as divinas palavras que nos servem ao estudo.
Conhecendo-nos os
desvios, asseverou, em síntese, que
devemos aproveitar os bens transitórios, ao alcance de nossas mãos, mobilizando-os na fraternidade legítima
para que, esquecendo os crimes e ódios de outros tempos, nos façamos irmãos abnegados
uns dos outros.
Valorizemos, desse modo, a nossa permanência nos serviços da Terra, na condição de
encarnados ou desencarnados, favorecendo, por
todos os recursos ao nosso dispor, a própria melhoria e a elevação dos nossos
semelhantes, agindo na direção da luz e amando sempre, porquanto,
dentro dessas normas de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação de amigos fiéis que, na
qualidade de discípulos mais dedicados e enobrecidos que nós, nos auxiliarão
efetivamente, acolhendo-nos em seus corações, convertidos em tabernáculos do
Senhor, ajudando-nos não só a obter
novas oportunidades de reajustamento e santificação, mas também endossando perante Jesus as nossas promessas e aspirações,
diante da vida superior.
*= grifos nossos
Fonte:
Pão nosso / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido
Xavier. – 1. ed. 10. imp. - Brasília; FEB, 2016. 407 p.
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