domingo, 6 de março de 2022

Palestra Evangélica Doutrinária com o Tema "COERÊNCIA ENTRE A CRENÇA E O COMPORTAMENTO"

Este texto é uma transcrição da Palestra Evangélica Doutrinária ocorrida no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP, em 04 de fevereiro de 2022, sexta-feira, às 20h00, com a Palestrante Arlett R. Celli Matheus, da SBOB, de Araraquara/SP.

 

Tema: Coerência entre a Crença e o Comportamento

Palestrante: Arlett R. Celli Matheus

Casa Espírita: Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB)

Cidade: Araraquara/SP

Modalidade: Híbrida

 

Resumo: Na charmosa e linda noite da sexta-feira, no dia 04 de fevereiro de 2022, às 20h00, ocorreu mais uma Palestra Evangélica Doutrinária no Grupo Antonio Casaut (GAC) da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem (SBOB) de Araraquara/SP. O GAC tem estudado antes do início da Palestra, o livro Pão Nosso, da série Fonte Viva, de psicografia de Chico Xavier, contendo comentários do Espírito Emmanuel ao Novo Testamento. Nesta noite, o capítulo aberto “ao acaso” foi o de número 148, intitulado Ceifeiros, em que Emmanuel comenta o seguinte versículo de Mateus: “Então, disse aos seus discípulos: a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros” (Mateus, 9:37). Após a leitura e as considerações, e feita a oração, a palavra é dada à palestrante. A palestrante Arlett inicia agradecendo a oportunidade de estar conosco, e a oportunidade de poder falar sobre o Evangelho de JESUS, sobre tema tão importante e tão atual. Realmente, é necessário muito cuidado com o que se fala, e que se prodigalize os ceifeiros de JESUS na Terra. E é justamente sobre isso que iremos falar nesta noite. Nesta instigante situação, a incoerência entre a crença que temos e o comportamento que apresentamos no nosso cotidiano. Então coletei esta frase de Mateus que se refere ao que JESUS teria dito que “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a VONTADE de meu PAI que estás nos Céus”... Então ele já começa dizendo que não adianta só reverenciar, é preciso agir, então essa coerência, fica meio difícil, então observamos que nem sempre ela está presente entre os cristãos. Nós somos seguidores do Cristo e embora a mensagem de JESUS seja única, muitos são os ramos do Cristianismo, e porque tem essa divisão de ramos, se JESUS apresentou uma mensagem ÚNICA, a mensagem do amor, a mensagem da fraternidade, do perdão, do Reino de DEUS; foi isso que ele nos trouxe.

 

Mas essa divisão se deve a interpretação dada às palavras do MESTRE. Conforme a interpretação, foram dividindo os cristãos. E neste momento vamos focalizar os cristãos em geral e também os cristãos espíritas. Falar em cristãos espíritas é uma redundância, é um pleonasmo, porque ser espírita é ser cristão. Mas nem todo cristão é espírita. Então falaremos e focalizaremos os cristãos e os cristãos espíritas também. E veremos que embora muitos se digam seguidores do MESTRE, se digam admiradores da sua mensagem, creiam neles, nem todos o seguem realmente, nem todos fazem dos seus ensinamentos o seu roteiro do seu dia-a-dia. Pode-se dizer até que poucos são coerentes com as propostas de JESUS, com as Leis Divinas que ele veio nos revelar.

 

Ele veio falar do Reino de DEUS, ele veio mostrar a supremacia da vida espiritual sobre a vida material, e é justamente dessa valorização do espírito que torna difícil diante dos interesses, diante do egoísmo, diante do orgulho do ser humano, à que o sigamos plenamente e acaba dividindo os cristãos. A ideia é que quando adotamos uma ideia, uma doutrina, uma filosofia, tudo em nós seja uma ressonância disso. Nosso comportamento passe a corresponder a esse modo de crer, a esse modo de pensar.

 

Mas essa correspondência nem sempre está presente, é o que temos observado bastante. O comportamento humano ele está assentado até inconscientemente nas crenças reais daquilo que realmente nós valorizamos, nós pensamos, e por essa razão é que nós defendemos as nossas ideias com unhas e dentes às vezes, Às vezes de maneira agressiva porque o comportamento corresponde aquilo que está cristalizado em nós.   

 

Assim sendo, quando nós agimos diferentemente do que o Cristo nos preconizou, daquilo que ele nos ensinou, significa que nós não assimilamos ainda a mensagem dele. Ela ainda não está presente em nosso íntimo, ela ainda não penetrou no nosso modo de ser. Então nós pensamos, achamos que seguimos de um jeito mas agimos de uma outra forma. Nós estaremos no campo provavelmente da admiração pela mensagem cristã, da admiração por este Profeta, por esse Missionário maravilhoso que é o Governador de nossa Terra. Mas ainda Ele não vive em nós... Como testemunho Paulo de Tarso após sua descoberta no caminho de Damasco quando adotando então o Cristo como Luz em seu caminho, ele diz: “Não sou mais eu quem vive em Cristo, é o Cristo quem vive em mim”. Então nós estamos com a mente do Cristo viva em nós, e aí nós agiremos de acordo com tudo aquilo que ele ensinou, aquilo que Ele preceituou. Então, não é raro nós observarmos entre os cristãos, definido como cristãos, comportamentos anti-cristãos, pessoas preconceituosas, anti-fraternas, agressivas, violentas, oportunistas; isto há em todos os meios, todos nós sabemos, mas entre os cristãos, não poderia haver, é uma incongruência muito grande, entre os que seguem o Cristo. E a história da Humanidade ela revela tristes episódios dessa discrepância. As perseguições religiosas, as cruzadas, os santos ofícios, as inquisições, as guerras santas, tudo isso feito em nome de JESUS, e por aqueles que eram representantes da ideia cristã, e que tinham um conhecimento do Evangelho do Cristo bastante profundo, desse Cristo que ensinou justamente o contrário, que ensinou o AMOR, o PERDÃO, o perdão tanto a amigos quanto a inimigos, a ver no semelhante um verdadeiro irmão. Então nós vemos o quanto eles se afastaram da ideia de Cristo. E foram esses Cristãos, que bem conheciam a doutrina de JESUS, que se acharam no direito, em nome desse Cristo de Amor, perseguir, condenar a forca, às fogueiras, a duras penas, impor sofrimentos àqueles cujas ideias contrariaram os seus dogmas, os dogmas da Igreja. Então, eram considerados hereges aqueles que não pensavam igual. [Sobre essa parte da Palestra da Arlett, tem o filme do Giordano Bruno que ilustra bem isso; está no site https://www.espiritismo.tv/filmes/filmes-versatil/giordano-bruno/] Foram muitos os mártires revelados pela história. Por essa mesma intolerância, por este mesmo descompasso, com os ensinos do Mestre, ainda hoje, algumas religiões intituladas cristãs, excomungam os que não adotam a sua fé. E estão fazendo isso em nome do Cristo. Consideram-se donos da Verdade, únicos reconhecidos como Filhos de DEUS, ao ponto de seus representantes afirmarem que, quem não comunga com os seus preceitos, com as suas crenças, estão destinados ao “inferno”, estão condenados ao inferno.

 

Acabam mostrando um Deus completamente diferente, que é o Deus Nosso Pai, de Amor, Bondade, e Justiça; mostra um Deus tendencioso, que beneficiaria os seguidores desse credo, considerados como escolhido, como únicos detentores da Verdade. Um Deus que condenaria às trevas eternas quem discordasse desses princípios religiosos defendidos por eles.

 

Então, considerando-se privilegiados em suas crenças, em seu modo de ver, Deus, Jesus, os Céus, que eles pregavam, eles se fidelizaram em suas igrejas a melhoria financeira, a conquista de bens materiais, a realização financeira ou soluções afetivas, para aqueles que os procuram, então foram essas promessas que acabaram atraindo para o seu núcleo as pessoas não interessadas tanto em conhecer a Verdade, as Verdades que JESUS nos trouxe, mas sim resolver os seus problemas materiais, sejam de ordem financeira, ou afetivas. Essas religiões, com todo o respeito aos irmãos que as professam, nós não estamos aqui julgando ninguém, estamos aqui colocando as situações para análise, elas acabaram criando verdades particulares.

 

Elas criaram verdades que são mais agradáveis aos interesses e ao egoísmo humano. Em busca de melhorias imediatas, de bem-estar e se afastaram dos verdadeiros valores espirituais que JESUS veio pregar e veio tentar despertar em todos nós. Parece que não ouviam o Mestre anunciando que seu Reino não era deste mundo. Parece que não ouviam isso. E que a condição para alcançar este Reino, para fazer parte do festim das bodas, seria vestir a túnica nupcial. O que seria a túnica nupcial? Seria a Reforma Interior, seria imacular o nosso coração. [neste ponto há uma ligação incrível com a Palestra da semana passada que está no link https://sbob.org.br/palestra-evangelica-tema-fundamentos-da-reforma-intima ou https://www.youtube.com/watch?v=ja0IvgWfSBo].

 

Como um DEUS de suprema bondade e justiça poderia discriminar seus filhos porque têm ideias diferentes, porque interpretam diferentemente a sua mensagem... Como poderia acolher uns e condenar os outros que Nele acreditam de forma diferente ou que nem acreditam? DEUS não vai punir àqueles que ainda não consegue enxerga-lo na Natureza, no dia que nasce, no sol que brilha, no sorriso da criança, na vida que nos foi dada a viver, neste organismo perfeito, Ele não vai condená-los por isso, Ele continuará sendo Pai Amoroso aguardando que essas criaturas possam um dia realmente conhece-lo. Então, diante dessas situações, nós perguntamos? Como é possível saber então se uma religião ou um religioso é realmente cristão? A resposta óbvia é que qualquer religião cristã é aquela que não introduz variações na mensagem de JESUS. Que prega realmente aquilo que Ele veio nos pregar. Os seus princípios, as Leis Divinas que Ele veio revelar... E na questão 842 de o Livro dos Espíritos, Kardec também pergunta aos Espíritos esta mesma questão. Por quais sinais se poderia reconhecer uma religião como verdadeira? A resposta dos Espíritos é magistral e bem clara. Dizem eles: “Será aquela religião que mais faz homens de Bem, menos hipócritas.” Quer dizer, praticantes da Lei de Amor e Caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação. Por esse sinal, reconheceis que uma doutrina é boa. Porque toda doutrina que tiver por consequência semear a desunião, estabelecer demarcação (separação) entre os homens, entre os filhos de DEUS, ela não pode ser senão falsa e perniciosa.

 

Vejam bem que ele deu as características da religião verdadeira. Esse Espírito orientador de Kardec, ele não deu nome: a melhor religião é esta, é aquela. Ele deu as características. Aquela que realmente segue JESUS, aquela que não altera a sua mensagem, que une os homens, que os aproxima, que trabalha o AMOR.

 

Kardec ainda pergunta em outra situação e ela vai aparecer no capítulo 17º do Evangelho Segundo o Espiritismo, no final do item 4, quando está lá quem seria o verdadeiro cristão agora. A verdadeira religião nós já vimos: ela não pode separar os homens, todos tem que ser vistos como irmãos. E o verdadeiro cristão? Como reconhecer? E diz o Espírito, nos orientando, no final do item 4 do capítulo 17 do Evangelho. “Reconhece-se o verdadeiro espírita [e podemos dizer aqui o verdadeiro cristão em geral] pela sua transformação moral e pelos esforços que faz domar as más inclinações.” Esta apreciação então é geral, é para todos nós. Então o verdadeiro espírita é reconhecido pela sua transformação moral e como não é fácil nos transformarmos, ele nos dá uma colher de chá, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações, para ser melhor. Então o verdadeiro cristão é o que procura ser fiel aos preceitos, as diretrizes, as orientações do Cristo, aquele que conhece as suas imperfeições, e está disposto a melhorar-se. Quer superar-se. Procura desenvolver o AMOR que ele admira e que ele sabe que precisa desenvolver em si, segundo a proposta de JESUS. Pregou a todo momento o amai o próximo como a si mesmo, tendo a nós próprios como modelo do amor que devemos ao nosso irmão de caminhada. Então, um amor incondicional, que abrange a todos, é um comportamento para todos os momentos.

 

Até aqui, tudo isso, as religiões colocam, principalmente a Doutrina Espírita, o cristão precisaria ser coerente com estas informações, com isso que ele entende pela razão, pelo coração. E que quer adotar. No mundo individualista de hoje, nós poderíamos dizer que são muitos os religiosos de carteirinha. O que significa isso? Parece que são aqueles que vão aos templos, a Casa Espírita, guardam a carteirinha no bolso quando saem do Centro, saem do seu culto, saem da sua igreja, e vão para casa e agem independente daquilo que raciocinaram, que refletiram, estiveram ali tentando ser melhores. Guardam a carteirinha no bolso para usar até o próximo dia, no outro compromisso, na Casa Espírita ou na Igreja em quem que eles frequentam, estão filiados. Então, às vezes, pode acontecer até uma Palestra, um Sermão com o tema seja o Amor que JESUS veio pregar. O orador foi brilhante, o religioso que ali estava na plateia, saiu encantado com a palestra, ou estava na sua igreja, e admirou o sermão do seu padre, do seu pastor, mas ao sair daquele templo, daquela casa de orações, ele reage de forma pouco cristã, ao ser fechado no trânsito, logo depois, ou ao ser contrariado por alguém, usando às vezes, palavras e gestos grosseiros, evidenciando a discrepância entre o que acabou de ouvir e aceitar e aquilo que ele vai agir em seguida na primeira provocação.

 

Porque a vida ela é cheia de provocações. A cada momento, nós mesmo envolvidos no melhor propósito de melhoria, mas nós precisamos tomar muito cuidado com os desafios, com as provocações, nesse momento, como diz o povo, sobe o sangue, e a gente esquece o que tá na mente e no coração, e acabamos pondo os pés pelas mãos. Então, são pessoas que discutem com amigo(s) ou com o familiar, porque tem ideologias diferentes, até religiões diferentes, ideologias políticas nos dias de hoje, aí discutem de forma raivosa, poderiam até analisar juntos, o que um pensa, o que o outro pensa, porque ele pensa assim, não teria problema, pode-se tocar no assunto, em assuntos diferentes, o que não pode é ter esse clima de raiva, comprometendo o vínculo afetivo que deve existir entre as pessoas e que existe entre amigos, entre familiares, que acaba se rompendo devido a estes momentos. Nestes momentos então, aquele amor tão admirável, ele está falto nessas criaturas.

 

O Mestre dos Mestres, conhecendo bem a índole humana, a inferioridade que nos caracteriza, ele nos alertou sobre esta falta de coerência entre o que dizemos crer e o que fazemos do dia-a-dia. O que fazemos realmente. Disse JESUS: “Nem todos aqueles que dizem Senhor Senhor entrarão no Reino dos Céus, mas somente entrará aquele que faz a vontade do Pai que está nos Céus”... Este versículo está em Lucas e está em Mateus. Então Ele foi claro em dizer que não são as palavras, não são as atitudes exteriores que contam, não é isso que revela o Cristão. E sim a ação, os comportamentos diários, o modo de agir em relação a qualquer um, ao próximo mais próximo, e ao próximo mais distante. Então em Mateus continua ainda JESUS, em vão dirão os falsos Cristãos: “Senhor, Senhor, não profetizamos, não expulsamos os demônios, não fizemos milagres em Vosso Nome”? Estão reivindicando as ações que eles teriam feito em nome de JESUS e nós também fazemos um monte de coisas em nome de JESUS. Mas JESUS não os reconhecem como seus seguidores, como seus representantes, como seus adeptos e os contesta. “Eu não sei quem sois?” Retirai-vos de mim vós que cometeis iniquidades, Vós que desmentís as vossas palavras e as vossas ações, que caluniais o vosso próximo, que espoliais as viúvas, e cometeis adultério”... Quer dizer, eles falavam, serviam a JESUS, entres aspas, e tinham topos estes comportamentos infelizes. Então, vejamos... JESUS NÃO os reconhecem justamente pelos comportamentos anticristãos. Não pelo que eles faziam, e quais eram os comportamentos anticristãos? Por cometerem iniquidades, caluniarem o próximo, entre nós é a chamada maledicência, por espoliarem as viúvas, que naquele tempo ficavam numa situação muito fragilizada com os filhos, e eram exploradas, eram usadas mesmo em suas misérias, na satisfação de outras e até de representantes da igreja; então as viúvas são essa referencia comum nos Evangelhos e se tornavam alvo comum de interesseiros principalmente. Então JESUS os acusa de desmentir com palavras e com comportamentos, as ações que eles se atribuíam, quando eles diziam que profetizavam, que expulsavam os demônios, que faziam milagres em seu nome, só que tinham comportamentos que eram antagônicos a tudo isso. Então JESUS ao dizer que não sabiam quem eles eram completa com RETIRAI-VOS de mim vós cujo coração destila ódio e fel, vós que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis correr as lágrimas em lugar de secá-las. Ressalta a coerência que deveria existir entre o que eles faziam e o modo deles agirem no dia-a-dia. E ainda hoje nós assistimos o sacrifício de irmãos nossos em nome da fé religiosa de outros credos não cristãos mas que cultuam DEUS e em nome dele degolam os que não juram os seus livros sagrados lembrando o negro passado das inquisições, das guerras santas, de tudo o que já ficou no passado. Homens bombas que destrõem aleatoriamente tantas vidas, se destrõem também em nome do Pai, Pai Deus deles, da forma como eles acreditam, um Pai rancoroso que castiga, um Pai que condena quem não o aceitam. Então essas pessoas vão defender esse Deus erroneamente pensado desta forma. São adeptos de um Criador que em vez de socorrer, em vez de aliviar a criatura, provoca lágrimas e destruição. Então JESUS quando diz por que me chamais Senhor Senhor e não fazeis o que eu digo, ele está falando também em nome da fé improdutiva, está chamando a atenção, porque dizemos Senhor Senhor e temos uma fé improdutiva, e não agimos no BEM, não fazemos o mal, mas não atuamos no BEM. Então refere-se à FÈ apenas dos que cultuam exteriormente, que passam os dias em preces, privam-se de alimentos, submetem-se a sacrifícios em nome de JESUS, mas não se tornam melhores, não se tornam mais caridosos, não se tornam mais indulgentes, com os semelhantes.

 

Portanto, só exterioridades. É nisso que ele está focando quando Ele coloca: porque dizeis Senhor Senhor e não fazeis o que vos digo. Refere-se aos que assemelha aos fariseus, aos hipócritas, que adotam aquela postura de profunda religiosidade, mas não ostentam uma pureza da alma, que seria materializada nas suas atitudes, na sua fala, no seu pensamento. Então anuncia JESUS: para vós haverá prantos e ranger de dentes.

 

Porque o Reino de DEUS é para aqueles que são dóceis. Para aqueles que são humildes. Para aqueles que são caridosos. Será que JESUS está falando em castigo? Não... JESUS está falando em consequências. Porque tudo o que fazemos erradamente, as consequências são nessa tônica, “de ranger de dentes”, de sofrimento, de prantos e o que fazemos de BEM também têm consequências boas. É sobre isso que ele está falando. Não espereis, diz ainda JESUS, dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das palavras e das vossas genuflexões. Significa não é falando muito, não é fazendo muitas rezas, muitas preces, dobrando os joelhos, em homenagem a JESUS e aos considerados “santos”, nós às vezes não dobramos os joelhos físicos acabamos dobrando [os joelhos] internamente mas sem aquele sentimento de mudança. Portanto JESUS estava alertando o homem [a humanidade] para que não se iludisse, pois não seria possível dobrar a justiça do PAI. Com nada nós vamos conseguir dobrar a justiça de DEUS. Nós não vamos fazê-lo atender aos nossos caprichos, os nossos desejos, nós nos utilizamos de vários recursos, de promessas, de recursos materiais,  fazendo promessas para sermos perdoados em nossas culpas, pelo número de sermões que fazemos ou que assistimos, pela frequência templos religiosos, mas são os muitos os ingênuos que pensam assim... Eu cumpro o meu dever, eu vou a Casa Espírita, vamos nos deter aos Cristãos Espíritas, eu vou na Casa Espírita regularmente, eu recebo a fluidoterapia (tomo o passe), eu sou trabalhador e aplico o passe (eu dou o passe), eu trabalho na caridade em algum trabalho voluntário e isso é suficiente... Isso é importante mas se não houver a reforma interior, a mudança de comportamento e atitudes cristãs em todos os momentos, não adianta nada. Disse JESUS que o único caminho que está aberto para encontrar graça diante do PAI é a prática do AMOR e da Caridade. Então, sem isso o resto é exterioridades. Isso é válido para o Cristão, para o Espírita, para o não Cristão, para o ateu, para todos nós que somos filhos de DEUS e que viemos na missão de nos integrar junto com os outros, de nos melhorarmos, de nos remodelarmos interiormente. Em Lucas encontramos ainda: aquele que ouve as palavras de JESUS é comparado a um homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha. Chegaram as chuvas, transbordaram os rios, os ventos sopraram sobre essa casa e ela não tombou porque estava edificada sobre a rocha. A rocha simboliza fortaleza, segurança que precisamos ter e que temos quando estamos envolvidos com JESUS. Porque na nossa vida chegam constantemente as chuvas das decepções, das ingratidões, das injustiças, sofrimentos físicos e morais, sopram os ventos das separações ocasionadas pelas desarmonias entre as pessoas ou pela morte, da convivência de pessoas tão queridas, pelo menos temporariamente, são situações que fazem transbordar o nosso coração diante da dor, infortúnios, sofrimentos de toda ordem, estão sempre presentes na nossa trajetória terrestre. Ouvir as palavras do Cristo, segui-las, significa compreender, incorporar no nosso interior e usa-la no nosso cotidiano, e transformar tudo isso em atitude, em comportamento, em serenidade, fé. Se conseguimos ouvir o Cristo, compreendendo com a razão, sentindo com o coração, nós estaremos resguardados na fé raciocinada, naquela fé que se assenta na certeza da justiça divina, pois isso nós quando estamos assim respaldados, nós sabemos que tudo que nos acontece e que não foi ocasionado pelas nossas atitudes, isso tudo está dentro de nossa programação de vida mesmo que nós não conheçamos as razões delas. Então as palavras do Cristo sempre presentes em nós, a certeza da nossa condição de Espíritos em trânsito pela Terra, em ascensão progressiva certos de que a vida continua, nós estamos vivendo existências na Terra, e a vida é única e continua infinitamente nos leva a perceber a vida terrena como ela é realmente e quando percebemos como ela é realmente nosso comportamento também muda. Então vemos a vida, na existência da Terra como transitória, como oportunidade valiosa de aprendizado para conquistarmos o melhor de nós, para pormos para fora aquela luz interior que todos somos.

 

Com essa compreensão, nós estaremos resguardados pela rocha das nossas convicções, e vai ser mais fácil passar pelas dificuldades mesmo que elas durem uma existência inteira, do berço ao túmulo, compreendendo que são apenas uma etapa difícil mas necessária a nossa evolução. Vai ser mais fácil quando sentimos realmente as palavras do Cristo nos desapegarmos dos bens materiais, nos preocuparmos em conquistar virtudes, os bens do Espírito, quando vai ser mais interessante e até convidativo, estudar e conhecer o Evangelho do Cristo, vigiar os nossos comportamentos, buscar conhecimentos, sabedoria, ouvindo e entronizando o Cristo em nosso modo de ser, nós teremos a certeza do Amparo Divino e entenderemos quando Ele nos diz: vinde a mim vós que sofreis eu vos aliviarei.

 

Porque estaremos em comunhão com Ele. Continuando a visita a esta parábola que nos alerta sobre a construção de nossa casa interior, que a casa construída sobre a rocha, é o nosso íntimo, JESUS continua: mas o que ouve estas palavras que eu digo e não as pratica, será semelhante a um homem insensato que construiu sua casa sobre a areia, e logo que as cheias chegaram e os rios transbordaram, que chegaram os ventos, a casa ruiu, porque não havia fortaleza, não havia sustentação interior. Refere-se agora JESUS aos que não assimilaram as suas verdades, ou que não as quiseram incluir no seu cotidiano, refere-se aos que se perdem nas dificuldades porque não as aceitam como aprendizado, como consequências de suas atitudes. Refere-se aos que se sentem sempre injustiçados, desamparados, há pessoas que tudo fica mais difícil, tudo é muito negativo, e nunca se sentem bem. Refere-se aos que querem receber amor, querem viver em paz, que todos nós queremos, mas não aprenderam a amar, e nem aprenderam a colaborar com a paz que Ele pregou.

 

Então JESUS está se referindo aos que se negam a socorrer o próximo, porque estão muito ocupados em seus interesses. Sabemos que a maior dificuldade da luta evolutiva do Espírito, na luta de todos nós não é escolher o caminho certo, é manter nele. Essa é a nossa dificuldade. E Kardec diz que só não tem que lutar aqueles que já realizaram o progresso, aqueles que outrora, já viveram experiências e lutaram para se melhorar e triunfaram, por isso é que neles hoje imperam o desejo do bem, os bons sentimentos eclodem em qualquer momento, sem nenhum esforço. Nós estamos ainda na luta para conquistar estas coisas. Será que nós, que somos estudiosos do Evangelho do Cristo, que temos oportunidades de ouvir oradores maravilhosos, de grande conhecimento, de ler bons livros, de receber mensagens dos Espíritos às vezes nas reuniões mediúnicas, impressas, a todo momento, agora pela internet muitas delas, ouvir Espíritos iluminados, será que nós com tudo isso que estamos recebendo estamos só dizendo Senhor Senhor e não estamos incluindo JESUS em nosso viver, em nosso cotidiano?????

 

Será que já iniciamos no auto-conhecimento, na autocrítica, buscando ter consciência naquilo que precisamos mudar, estamos conscientes de vigiar nossos pensamentos, a forma como falamos com os outros, o nosso modo de agir, estamos preocupados com a nossa reforma íntima, nos impondo método e disciplina para alcançar???

 

Será que já estamos fazendo isso???

 

Emmanuel, nos diz, que a resistência a atração do mal, ou melhor, o que fica difícil nós resistirmos ao mal passa pela falta de conhecimento e pela falta de autoconhecimento. Se sairmos da ignorância e também nos conhecermos nós estaremos fortalecidos como aquela casa construída na rocha.

 

Portanto, fica a reflexão para nos orientar, para estimular a mudança que se faça necessária, a cada dia que nós ouvirmos um orador, por que nós lemos uma coisa nova, que nós participamos de alguma coisa, aumenta o nosso compromisso de mudança, de reforma, de crescimento. Que JESUS NOS AMPARE nesta proposta. Sabemos ser difícil. Estamos todos envolvidos nela e com a ajuda dos Espíritos Amigos e do Pai que tanto nos ama chegaremos lá... Muita PAZ e recebam aqui o auxílio que vieram buscar... Assim seja...

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário