sábado, 9 de dezembro de 2017

Não as palavras

Não as palavras*

Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que anda inchados, mas a virtude.  – Paulo (I Coríntios, 4:19)

Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na falsa concepção do destino, mas sim dos que identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica.

É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.

Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o cego e o aleijado, acreditam-se aniquiladas ou inúteis, ante conceituação desta natureza.

É que, comumente, se esquece o homem das obras de santificação que lhe compete efetuar no próprio Espírito.

Raros entendem que é necessário manobrar pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se recordam de que possuem ideias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde.

É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mesmo porque o verbo é força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir ao palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”.

Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isso mesmo, sublimada e eterna.    


*= grifos nossos

Fonte:


Vinha de luz / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 28 ed. – 1 imp. - Brasília; FEB, 2015. 445 p.

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