Liberdade*
Não
useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos
outros pela caridade. –
Paulo. (Gálatas, 5:13.)
Em todos os tempos, a liberdade foi usada pelos dominadores
da Terra. Em variados setores da evolução humana, os mordomos do mundo
aproveitam-na para o exercício da
tirania, usam-na os servos em explosões
de revolta e descontentamento.
Quase todos os habitantes do
planeta pretendem a exoneração de qualquer e toda responsabilidade, para se mergulharem na escravidão aos delitos de
toda sorte.
Ninguém, contudo, deveria
recorrer ao Evangelho para aviltar o sublime princípio.
A palavra do Apóstolo aos
gentios é bastante expressiva. O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside na possibilidade de nos servimos uns aos
outros, glorificando o bem.
O homem gozará sempre da liberdade condicional e, dentro
dela, pode alterar o curso da própria existência,
pelo bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns.
É forçoso reconhecer, porém,
que são muito raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude
superior.
Em quase todas as ocasiões, o perseguido, com oportunidade de
desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado, com ensejo de perdão divino,
recorre à vingança; o incompreendido, no instante azado de revelar fraternidade
e benevolência, reclama reparações.
Onde se acham aqueles que se
valem do sofrimento, para intensificar o
aprendizado com Jesus Cristo? Onde os que se sentem suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto,
o Pai concede relativa liberdade a
todos os filhos, observando-lhes a
conduta.
Raríssimas
são as criaturas que sabem elevar o sentido da independência a expressões de voo
espiritual para o Infinito. A maioria dos homens cai, desastradamente, na
primeira e nova concessão do Céu, transformando, às vezes, elos de veludo em
algemas de bronze.
*= grifos nossos
Fonte:
Vinha de luz / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco
Cândido Xavier. – 28 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 445 p.
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