sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Chico e o jovem médium

Chico e o jovem médium*

            O jovem procurara Chico Xavier, interessado numa orientação que o norteasse no desenvolvimento da mediunidade.

            - Chico – começou perguntando -, o que é mediunidade?

            - Serviço aos semelhantes – respondeu o médium, no diálogo que registramos.

            - Sinto que não sou bom o suficiente...

            - Bom é Deus; o médium tem que ter é boa vontade.

            - O que você me aconselharia, em primeiro lugar?

            - Conhecer a Doutrina, estudar muito.

            - Na Casa Espírita que freqüento, eu não tenho espaço...

            - Comece nas fileiras de baixo; a mediunidade não coloca ninguém acima dos outros.

            - Dizem que estou querendo ser igual a você...

            - Então, você está querendo ser um... verme!

            - Devo continuar psicografando?

            - Sim, mas também varrendo o chão...

            - O que isto quer dizer?

            - O contato com os Espíritos não nos isenta de nossas obrigações comuns.

            - Eu não pretendo me casar.

            - Quem não se casa, faz opção por uma família maior.

            - Por que você não se casou?

            - Se eu pudesse, teria me casado; o casamento livra o médium de muita coisa...

            - Eu acho a sua vida linda!

            - Vista de longe, a rosa não tem espinhos...

            - Você sofre, Chico?

            - Sofro o que todo mundo sofre – nem mais e nem menos.

            - Mas você é feliz?

            - Eu não mereço ser tão feliz quanto eu sou – a mediunidade me deu muitos amigos.

            - Tenho alguns amigos que me criticam...

            - Os nossos críticos são os nossos vigias; sem eles, acabaríamos caindo sozinhos...

            - Os meus pais igualmente se opõem a mim... Eles são de outra crença.

            - Obedeça aos seus pais, mas siga o seu caminho.

            - Como é isto possível?

            - Meu pai dizia que eu não era filho dele, mas eu sempre lhe tomei a benção. Se não chegou a concordar comigo, pelo menos foi parando de discordar.

            - O que Emmanuel teria para me dizer?

            - Sempre que posso ouvi-lo, ele me manda TRABALHAR.

            O jovem, no entanto, que, segundo nos parece, ainda não se dera por satisfeito, fora impedido de continuar sabatinando o médium, ao termino daquela reunião que culminava, na madrugada de domingo. Outros companheiros, presentes no recinto, começavam já a se impacientar na imensa fila que, de hábito, se formava para cumprimentar Chico Xavier.

*= grifos nossos

Fonte: Bacelli, Carlos Antônio. Chico Xavier o Apóstolo da Fé - 75 anos de mediunidade – Uberaba, MG: Liv. Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2002. 176p.

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