quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Quando Chico era criança

Quando Chico era criança*
            
           A vida de Chico Xavier, desde a infância, está assinalada por abençoados fatos e fenômenos que denotam a incisiva presença do Mundo Espiritual, previdente e zeloso de sua vida missionária.

            Assim é que, aos tenros cinco anos, ficou órgão de mãe e foi, pelo pai, levado a residir com a madrinha – uma senhora perturbada, que o espancava com freqüência e, por vezes, o deixava passar fome.

            Sofrendo, então, as agruras da falta de alimento, Chico, brincando no quintal, onde era sempre deixado, passou – de maneira até muito natural para a compreensão infantil – a receber a visita de um cão enorme, que trazia para ele um jatobá!... (O intrigante episódio repetido faz-nos lembrar o profeta Elias, refugiado em lugar ermo, a quem, conforme está em I Reis, 17:4 e 6, Jeová ordenou a alguns corvos o alimentassem diariamente de pão e carne, e assim aconteceu).

            Conta o médium que o citado cachorro chegava sempre no mesmo horário, trazendo o jatobá – fruta brasileira formada de vagem grossa e longa, contendo arilos farináceos comestíveis, de sabor não muito agradável mas de alto valor nutritivo. Trazia-o entre os dentes e depositava-o a seus pés. Todavia, menino de pouco mais de cinco anos de idade, que poderia fazer para romper a dura casca, semelhante a uma couraça?

            Emocionado, Chico explica, então, que o dócil animal – o qual ele não saberia dizer se se tratava de um cão da Terra ou do Além -, notando sua incapacidade de quebrar o jatobá, partia-lhe a casca, com a força das mandíbulas, e só se retirava quando Chico começava a comê-lo!

            Durante muito tempo, até o casamento do pai com a boníssima D. Cidália, que o retirou da infeliz tutela da madrinha, aqueles jatobás, que eram encontrados à margem de um açude, foram-lhe importante alimento alimentar, tendo mesmo, em várias ocasiões, saciado sua fome.

            O fato, prodigioso para alguns e absurdo para outros, revela o zelo da Vida Maior com aquele que, tendo renascido em meio a tantas dificuldades e provações, estava predestinado a desempenhar sublime missão entre as criaturas na Terra.

*= grifos nossos

Fonte: Bacelli, Carlos Antônio. Chico Xavier o Apóstolo da Fé - 75 anos de mediunidade – Uberaba, MG: Liv. Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2002. 176p.

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