Não crer*
Mas
quem não crer será condenado. – Jesus (Marcos, 16:16)
Os
que não crêem são os que ficam. Para eles, todas as expressões da vida se
reduzem a sensações finitas, destinadas à escura voragem da morte.
Os
que alçam o seu coração para a vida mais alta estão salvos. Seus dias de
trabalho são degraus de infinita escada de luz. À custa de valoroso esforço e
pesada luta, distanciam-se dos semelhantes e, apesar de reconhecerem a própria imperfeição,
classificam a paisagem em torno e identificam os caminhos evolutivos. Tomados de
bom ânimo, sentem-se na tarefa laboriosa de ascensão à montanha do amor e da
sabedoria.
No
entanto, os que não crêem, limitam os próprios horizontes e nada enxergam senão
com os olhos destinados ao sepulcro, adormecidos quanto à reflexão e ao discernimento.
Afirmou
Jesus que eles se encontram condenados.
À
primeira vista, semelhante declaração parece em desacordo com a magnanimidade
do Mestre.
Condenados a que e por quem?
A
justiça de Deus conjuga-se à misericórdia e o inferno sem-fim é imagem dogmática.
Todavia,
é imperioso reconhecer que quantos não crêem na grandeza do próprio destino, sentenciam
a si mesmos às mais baixas esferas da vida. Pelo hábito de apenas admitirem o
visível, permanecerão beijando o pó, em razão da involuntária incapacidade de
acesso aos planos superiores, enquanto os outros caminharão para a certeza da
vida imortal.
A crença é lâmpada amiga, cujo clarão é
mantido pelo infinito sol da fé. O vento da negação e da dúvida jamais
consegue apagá-la.
A descrença, contudo, só conhece a vida pelas sombras que os seus
movimentos projetam e nada entende além da noite e do pântano a que se condena
por deliberação própria.
*= grifos nossos
Fonte:
Caminho, verdade e vida / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por]
Francisco Cândido Xavier. – 29 ed. – 1 imp. – Brasília; FEB, 2015. 393 p.
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