quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Dívida e tempo

Dívida e tempo

Chico visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco a beira de uma mata. 

O estado de alienado mental era completo. 

A mãe deste jovem era também muito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo em que morava.

- O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de pessoas o acompanhava, um médico pergunto ao Chico:

- Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?

- Não creio, doutor, respondeu-lhe o Chico. Este nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda a sua vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma benção para ele. Foi o único jeito que a Providência Divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quanto mais tempo aguentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo as mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.

- E como resgatar ele seus crimes?, inquiriu o médico.

- O irmão X costuma dizer que Deus usa o tempo e não a violência.


Fonte:

Livro: Chico, de Francisco. Adelino da Silveira. – São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. 159 p. 

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